As 10 tendências tecnológicas da IDC para 2015

O setor português das TI crescerá 0,9 por cento este ano, estima a IDC. A consultora acredita que “2015 será um ano decisivo para as empresas de todos os setores de Portugal”, referindo-se às profundas transformações que as TI têm vindo a operar nos últimos tempos, uma tendência que parece não ter um fim à vista.

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O responsável da IDC em Portugal, Gabriel Coimbra, disse que em 2014 o setor nacional das Tecnologias de Informação cresceu 1,3 por cento e que gerou menos mil milhões de euros comparativamente a 2008.

Apesar do austero panorama económico que tem flagelado gravemente os mercados portugueses, observou-se um desenvolvimento significativo da chamada “Terceira Plataforma”, que assenta na Mobilidade, na Computação Cloud, no Big Data e no Social Business.

Conta Gabriel Coimbra que a Terceira Plataforma representa atualmente mais de 20 por cento do mercado tecnológico. Em 2020, esta percentagem deverá duplicar.

Num futuro mais próximo, a IDC prevê que áreas inovadoras como a Internet das Coisas, a robótica e a Inteligência Artificial registem consideráveis avanços e um crescimento indubitável.

São já muitas as empresas a nível nacional que implementam as tecnologias emergentes para transformar os seus negócios e adaptá-los aos novos paradigmas tecnológicos.

Assim, a IDC emitiu aquelas que na sua perspetiva são as dez principais tendências tecnológicas para 2015:

1) Depois de cinco anos de crescimento negativo, o mercado nacional de TI deverá em 2015 crescer 0,9 por cento, atingindo os 3,46 milhões de euros. Contudo “o mercado dos serviços de telecomunicações deverá manter-se em território negativo”, disse Timóteo Figueiró, Research & Consulting Manager da IDC.

2) As soluções de computação cloud estão também a ser cada vez mais adotadas pelas empresas, para alimentar estratégias de internacionalização, e para conseguirem atrair e conservar clientes. A IDC estima que tanto a cloud pública como privada representarão, em 2020, 40 por cento do orçamento de TI. Este ano, essa tendência deverá ser reforçada.

3) As soluções de mobilidade estão também a reconfigurar muitos negócios. Em 2015, as tecnologias mobile deverão ser responsáveis por mais de 40 por cento do crescimento do mercado mundial de TI. No teatro português, as empresas estão a reformar as suas operações e funcionamento, numa altura em que clientes e consumidores mais tecnologicamente móveis obrigam-nas a mobilizar os seus negócios.

4) O crescente volume de dados obriga as empresas a terem que adotar ferramentas de analítica, para que assim possam operacionalizar e capitalizar o fenómeno do Big Data, fruto da disseminação desenfreada dos dispositivos móveis. Este ano, esse crescendo não deverá esmorecer, antes pelo contrário.

5) Com a digitalização de tudo, cada vez mais são as ameaças que colocam em xeque a segurança – e a própria sobrevivência – das empresas. Em 2015, deverão aumentar os gastos em soluções que protejam os negócios e os dados digitais. A IDC diz que as empresas estão a afastar-se da tradicional preocupação com a segurança dos equipamentos, do hardware, e a investir mais fortemente na privacidade dos dados.

6) Também os centros de dados são afetados por esta mudança de paradigma tecnológico. Estas instalações que armazenam grandes volumes de data estas a ser remodeladas para conseguirem adaptar-se a tecnologias como cloud, virtualização e demais elementos que constituem a Terceira Plataforma.

7) A Internet das Coisas, ou Internet of Things, ou, ainda, IoT, é o nome dado à cada vez maior rede de dispositivos conectados que comunicam entre si. Desde relógios e telemóveis a carros e a eletrodomésticos, a IoT ganha cada vez mais força, e em 2015 deverá ver-se um crescimento deste setor. A IDC prevê que em 2020 existam 68,1 milhões de equipamentos com capacidade de ligação à Internet em Portugal, ou seja, cerca de 6,4 aparelhos por pessoa.

8) A internacionalização é ainda uma das principais estratégias de crescimento das empresas portuguesas, que procuram minimizar os danos causados pela conjuntura económica adversa. Mesmo num momento em que podem ser evidentes alguns sinais de uma recuperação, as empresas continuam a investir na internacionalização dos seus negócios. Gabriel Coimbra disse que estas estratégias têm influenciado positivamente as despesas em TI, “que permanece como um dos principais fatores de crescimento em 2015”.

9) A maioria das empresas tem na sua lista de afazeres o crescimento da sua quota nos mercados onde se movem e, para isso, “apostam no desenvolvimento de novos produtos e serviços”, segundo Timóteo Figueiró. As empresas esperam conseguir, de forma mais eficiente, reter clientes e atrair outros tantos.

10) Os líderes dos setores de atividade económica serão, disse a IDC, aquelas organizações que tenham raízes profundas e fortes na economia digital.