21% das startups britânicas planeam abrir um escritório europeu

Esta pesquisa anual realizada Startup Outlook Survey é assente em respostas de 940 executivos de startups e  tem como objetivo avaliar as percepções de startup sobre as condições de negócios pós Brexit, bem como a angariação de fundos, contratação e questões de política.

Alguns dos resultados relevantes desta pesquisa são por exemplo que  21% dos startups do Reino Unido estão a planear abrir um novo escritório em cidades como Berlim, Paris e Estocolmo, ou entrar diretamente para a Tech City em Londres .

Entretanto não é só esta pesquisa que mostra a fuga das startups britânicas na tentativa de sobreviverem ao Brexit. Pelo menos cinco empresas britânicas mudaram-se para Berlim em consequência deste, de acordo com um artigo publicado no The Financial Times em Novembro último, segundo o qual mais de 39 empresas consideravam seriamente fazer o mesmo.

Está pesquisa também descobriu que cerca de uma em cada 10 (11%) empresas britânicas estão a pensar fazer o mesmo, colocar as suas sedes fora do Reino Unido.

Esta pesquisa identificou como principais preocupações dos executivos das stratups:

  • Falta de oportunidades de longo prazo para funcionários não britânicos no Reino Unido (32%)
  • Mais difícil de angariar fundos de capital de risco (21%)
  • Tornando-se mais caro para administrar um negócio (21%)
  • Conseguir mais difícil atrair talentos de toda a Europa (12%)
  • Mais difícil de vender para a Europa (7%)

O que retrata esta pesquisa é seguramente motivo de preocupação para executivos e alguns britânicos, mais atentos ao que representa a perca destas empresas. Mas para Portugal deveria ser uma oportunidade aproveitada de raiz e não vai ser. Nas cidades identificadas pelos executivos, Lisboa não aparece. O que significa que, independentemente do esforço que está a ser feito pelo governo português em encontrar soluções para criar em Portugal um «cluster» de empresas com base tecnológica, nunca conseguiremos ser atrativos se não abdicarmos de parte dos nossos impostos, para em troca concentrar investimento. Não basta fazer o que todos os países europeus andam a fazer, uma espécie de receita da salvação, onde todos se vendem da mesma maneira.  Temos de ir mais longe, ser mais ambiciosos e sim, dar descontos diretos nos impostos destas empresas. Se não o fizermos, estamos a trabalhar para aquecer e disso os investidores não gostam.  

João Miguel Mesquita

Desde 1998 que está diretamente ligado às TI. Tendo desenvolvido a sua atividade profissional em projetos como Portugalmail, IOL (Grupo Media Capital), Terravista (Grupo T -Deutsche Telekom) , e Jornal Digital do Norte. Estudou Direito na Universidade Autónoma de Lisboa. É Diretor Editorial do Grupo Netmediaeurope/America para o Brasil e Portugal. Gestor de projetos e-business, e editor. É um entusiasta do impacto das TI nas industrias criativas.

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