56% das organizações vão reduzir a sua despesa operacional com TI’s

  

À semelhança do que aconteceu em 2011, a maioria das organizações inquiridas vai proceder a reduções no orçamento destinado a estas tecnologias, sendo que 56% das mesmas afirma que vai reduzir a despesa operacional com TI’s, enquanto que apenas 15% demonstra vontade em reforçar a sua despesa neste âmbito.

Este resultado revela o impacto que a actual conjuntura económica está a ter neste domínio, assistindo-se nos últimos tempos ao agravamento das condições económicas e financeiras no território nacional. Desta forma, a maioria das organizações inquiridas pela IDC Portugal mostra-se pouco confiante (53%) ou nada confiante (25%) na evolução da economia em Portugal nos próximos tempos.
 
O mesmo estudo, adianta ainda, que a maioria das organizações utilizadoras de TI’s inquiridas pela IDC revela-se muito pouco confiante (42%) ou nada confiante (14%) relativamente às perspectivas de evolução do seu volume de negócios. Somente 6% das organizações revela estar muito confiante, enquanto que 38% demonstra possuir ainda alguma confiança. Por outro lado, as respostas da indústria TIC são um pouco mais optimistas relativamente à evolução do volume de negócios nos próximos 12 meses, com metade dos inquiridos a revelar-se algo confiante na evolução deste indicador.
 
Apesar da evolução negativa das condições da actividade económica a nível nacional, a maioria das organizações prevê manter o seu actual quadro de colaboradores. No entanto, cerca de 40% das organizações utilizadores de TI’s planeia reduzir a sua força de trabalho, o que evidencia a degradação das condições de actividade. Este valor é mais reduzido na indústria TIC com apenas cerca de um quarto das empresas a planear uma redução do número de colaboradores nos próximos 12 meses. De salientar que 24% destas empresas têm planos, inclusive, para aumentar o número de colaboradores
 
Assim e “apesar da actual conjuntura e das diversas incertezas económicas que enfrentaremos no próximo ano, devemos continuar a desenvolver todos os esforços no sentido de fazer crescer o negócio. Por isso devemos perseguir novas oportunidades no sentido de construir novas áreas de actividade que desenvolvam a medio, longo prazo o nosso mercado. As nossas competências logísticas, de crédito, e de marketing e vendas, enquanto companhia líder, contribuem decisivamente para que, em estreita ligação com fabricantes e parceiros TI, ultrapassemos esta etapa. A Tech Data está comprometida com o mercado nacional, tendo recentemente iniciado uma nova etapa com a distribuição da Apple. Em breve, anunciará mais novidades”, refere Augusto Soveral, Commercial Country Manager da Tech Data Portugal.
 
Confrontadas com uma conjuntura recessiva nos próximos dois anos as organizações utilizadoras de TI’s encontram-se a adoptar estratégias com o objectivo de ultrapassar as condições económicas adversas privilegiando o desenvolvimento de novos produtos e serviços, assim como o crescimento da quota de mercado nos seus segmentos tradicionais e a expansão para novos mercados. Curiosamente apenas uma minoria de organizações contempla o desenvolvimento de novas alianças estratégicas ou a realização de processos de fusão e aquisição. Contrariamente ao que sucede no universo dos utilizadores de TIC, as estratégias adoptadas pela indústria TIC privilegiam maioritariamente a expansão para novos mercados, com 43% das empresas a nomearem esta opção.
 
 
Mudança de Paradigma
 
Segundo a IDC, a indústria de TI’s tem enfrentado uma mudança de paradigma com intervalos de 20 anos: numa primeira fase as TI’s suportavam milhões de utilizadores e encontravam-se disponíveis a nível mundial milhares de aplicações; numa segunda fase surgem as arquitecturas cliente/servidor, passando a suportar centenas de milhões de utilizadores, proliferando dezenas de milhar de aplicações no mercado mundial. Actualmente e com o aparecimento da computação Web, as tecnologias de informação têm de suportar milhares de milhões de utilizadores, assim como o número de aplicações disponíveis a nível mundial ultrapassou os milhões. A esta realidade ainda podemos adicionar biliões de outros sistemas inteligentes conectados a esta nova infra-estrutura de comunicação e de partilha de informação.
 
A IDC designa este novo paradigma como “Economia Inteligente”, que terá um impacto profundo na generalidade dos sectores de actividade. Neste contexto e apesar do abrandamento económico, a IDC acredita que alguns sectores irão continuar a crescer a um ritmo superior ao mercado: serviços de Cloud Computing, equipamentos e aplicações móveis, banda larga móvel, aplicações “big data” e analítica de negócio e “social business”.