Accenture: competências digitais diminuem desigualdade nas empresas

Um novo estudo da Accenture indica que as competências digitais podem levar ao fim da desigualdade entre homens e mulheres no panorama empresarial dentro de 25 anos, em vez dos 50 anos que estão projetados para os países desenvolvidos. Nos países em desenvolvimento, a projeção de 85 anos pode ser reduzida para 45.

O estudo “Getting to Equal: How digital is helping close the gender gap at work” foi feito pela Accenture em 4900 mulheres e homens de 31 países, e lançado perto da celebração do Dia da Mulher, na próxima terça-feira. A principal conclusão é de que “as mulheres ainda estão um passo atrás dos homens em termos de fluência digital na maioria dos 31 países analisados nesta pesquisa, pelo que o investimento nessas competências pode alterar este cenário.”

Se este esforço for feito por empresas e governos, diz a Accenture, a igualdade pode ser alcançada duas vezes mais rapidamente. A consultora refere que as mulheres estão a usar as competências digitais para obterem vantagens na progressão da sua carreira, mas o seu impacto “ainda não permitiu reduzir as diferenças em cargos executivos ou relativamente a salários.”

“As mulheres representam um segmento de talento ainda pouco explorado que pode ajudar a reduzir a lacuna entre as competências necessárias para manter a competitividade e o talento disponível”, comenta Pierre Nanterme, CEO da Accenture. “Há uma clara oportunidade para que empresas e governos colaborem no sentido de capacitar as mulheres com competências digitais, de forma a acelerar a igualdade de género no mercado de trabalho.”

O estudo indica que 49% de todas as profissionais e 56% das mulheres da geração millennial aspiram a posições de chefia, mas os homens ainda representam os elementos do agregado familiar com salário superior, nas várias gerações. “Esta situação irá alterar-se à medida que as mulheres da geração millennial, nascidas entre o início dos anos 80 e 2000, atinjam cargos de gestão”, diz a Accenture.

Uma conclusão interessante é que quando ambos os géneros têm o mesmo nível de proficiência digital, as mulheres são melhores a tirar partido dessas competências para encontrar um emprego. “As mulheres apresentam níveis mais elevados de formação em 16 dos 31 países estudados”, lê-se no relatório.

José Galamba de Oliveira, presidente da Accenture Portugal, sublinha que “há muitas formas de reduzir a desigualdade de género no local de trabalho, mas o digital é um veículo particularmente poderoso.” Embora uma mudança não aconteça de um dia para o outro, refere, o investimento realizado no desenvolvimento das competências digitais das mulheres, desde a educação à formação e aprendizagem no trabalho, poderá ajudar a acelerar o seu progresso.

A amostra contém uma representação equivalente entre homens e mulheres de três gerações (Millennials, Geração X e Baby Boomers) em toda a força de trabalho de organizações de diferentes dimensões. A margem de erro total da amostra é de +/- 1,4%, e o estudo pode ser consultado no site da Accenture, em inglês.