Acordo entre Lenovo e IBM incomoda oficias dos EUA

A Lenovo revelou as suas intenções para adquirir a divisão de servidores da Internacional Business Machines, negócio que é alvo de bastante desconfiança e desagrado por parte do governo norte-americano, que receia que a China passe a ter acesso a segredos tecnológicos e governamentais dos Estados Unidos.

Pentágono

Os oficiais governamentais norte-americanos são o obstáculo que se interpõe entre a chinesa Lenovo e a IBM para a aquisição do negócio de servidores da tecnológica dos Estados Unidos, e que terão de ser convencidos pela chinesa de que o governo da China não terá, de forma alguma, acesso a segredos de Estado e tecnologia militar, visto que o Pentágono, o FBI e as maiores operadoras de telecomunicações do país operam sobre servidores da IBM.

Assim, foi desencadeada uma investigação minuciosa pelo conglomerado de agências governamentais conhecido como o Comité para Investimentos Estrangeiros nos Estados Unidos (CFIUS), que investiga eventuais riscos à segurança nacional inerentes às aquisições estrangeiras de empresas domésticas.

Anne Salladin, antiga oficial do Departamento do Tesouro que colaborava com as revisões efetuadas pelo Comité, disse que um acordo desta natureza teria de ser, inequivocamente, alvo de escrutínio do CFIUS.

A Lenovo havia anunciado no final de janeiro a aquisição do setor da IBM por 2,3 mil milhões de dólares, e agora procura obter a aprovação formal das autoridades reguladoras.

Contudo, a empresa assegurou que todas informações secretas norte-americanas manterão a sua integridade e confidencialidade, visto que a IBM continuará na posse dos servidores governamentais.

As revisões do CFIUS podem demorar até 75 dias, pelo que o acordo comercial manter-se-á pendente até receber aprovação para ser selado.