Apps móveis podem ditar o fim dos serviços SMS

As aplicações de mensagens instantâneas estão a conquistar cada vez mais território ao serviço de SMS, cujo futuro está a ser agora posto em causa. Desta luta pela sobrevivência emerge uma questão: deverão as operadoras continuar a batalhar para manter o serviço relevante, ou resignar-se e procurar utilizar as novas apps em benefício do seu próprio negócio?

whatsappSão já várias as aplicações e serviços de mensagens instantâneas over-the-top (OTT), que dispensam a intermediação de uma operadora. Apps de comunicação mobile como Messenger, WhatsApp e Snapchat têm vindo a suplantar os serviços de SMS das operadoras de telecomunicações.

A consultora Strategy Analytics estima, segundo o website TechWeek Europe, que, dentro dos próximos cinco anos, o volume de SMS diminuirá 25 por cento. A verificar-se, esta migração para apps de mensagens instantâneas poderá ditar o início do fim de uma das maiores fontes de receitas das operadoras.

Comparativamente, a base de utilizadores mensais ativos da WhatsApp, de janeiro para abril de 2015, aumentou de 700 milhões para 800 milhões. Calcula-se que, até o último mês de março, a app móvel tenha já sido descarregada mais de mil milhões de vezes.

Apesar de os serviços de SMS e das aplicações OTT de mensagens instantâneas servirem um mesmo propósito – comunicação remota –, estas últimas agregam um conjunto de funcionalidades que as destacam e lhes permitem elevar acima da concorrência. Um destes fatores diferenciadores prende-se com a partilha de conteúdo multimédia. Poderia enviar-se conteúdos multimédia através de MMS, mas este serviço pode ser dispendioso e pouco fiável.

As aplicações permitem também conversas de grupo, saber se a pessoa está disponível ou não (através de status online/offline), e enviar mensagens de voz através de opções de click to talk.

Visto que as apps OTT pesam mais do que os serviços de SMS no prato da balança das comunicações, as operadoras têm que procurar conservar a sua relevância ou arriscar-se a serem atiradas para as páginas do olvido. Uma das soluções poderá passar pela adoção de algumas das funcionalidades mais apreciadas das aplicações concorrente. Desta forma, as operadoras talvez consigam revitalizar o serviço de mensagens instantâneas, aprimorando a experiência de utilização e atraindo um maior número de utilizadores.

Não é só ao nível das mensagens que as tradicionais operadoras de telecomunicações estão a ficar para trás. Ferramentas como o Skype, o próprio chat do Facebook, ou o serviço VoIP em desenvolvimento da Google (Project Fi), estão a esgrimir com os serviços de comunicação por voz e por vídeo das operadoras convencionais, que têm, mais do que nunca, tentar conservar-se relevantes na esfera das comunicações, ou correr o risco de se tornarem obsoletas. É adaptar ou morrer.