As relações do mercado de aplicações e a geração “milénio”

A indústria de software está diante de uma grande oportunidade com a próxima geração de consumidores nascidos já sob o forte impacto da TI e que cresceram fazendo uso de aplicações diversas.

A chamada geração “millenials” (ou milénio), que compreende aqueles nascidos entre 1980 e 2000, hoje já compõem 25% da força de trabalho, e serão 75% desse universo até 2025 nos EUA.

Este contingente, em muitos casos, está à frente das grandes empresas de software no que diz respeito à atualização para a experiência de interagir com ferramentas digitais em praticamente todas as suas atividades quotidianas. Uma recente pesquisa aponta que um em cada cinco milénios já não usam mais o desktop para estar online, preferindo usar exclusivamente smartphones e tablets.

“O setor precisa encontrar o caminho certo, capaz de acompanhar a conjunção dos fenómenos de rápida mudança comportamental, novos paradigmas tecnológicos e necessidades de transformação dos negócios”, afirma Matthew Gharegozlou, VP da Progress para a América Latina e Caribe.

Enquanto nos EUA e Europa os negócios digitais já representam cerca de 2% da economia; nos países da América Latina a participação dos negócios digitais está entre 4 e 5% do total segundo um estudo da eMarketer.

Isto explica-se, em parte, pelo grande avanço da banda larga e da infraestrutura móvel nos países da região nos últimos anos. Mas também há evidências que mostram que uma parte importante da população latino-americana apresenta um comportamento compatível com o da geração milénio. Este mesmo levantamento da eMakerter aponta que, no Brasil, 77% dos utilizadores de redes sociais já acedem a estas redes por dispositivos móveis.

Segundo uma pesquisa da Oracle, quase 55% da geração dos milénios são menos propensos a usar produtos e serviços de uma empresa se eles tiverem uma má experiência com a aplicação móvel desta companhia. Por conta destas mudanças de perfil do consumidor, a indústria de software está a trocar esta interface de máquina pela conceituação de UX (User Experience, no acrónimo em Inglês).

“Uma aplicação, por exemplo, voltada para a recolha de dados em campo, será uma aplicação mais eficiente se não exigir o uso do rato de um teclado de mesa. Por outro lado, parece bastante óbvio que o teclado de mesa e o rato serão preferidos para uso no balcão de tomada de dados através de entrevistas com o público”, diz Gharegozlou.

Mas junto com a geração milénio, nasce também o modelo DYOA (Desenvolva a sua Própria Aplicação) e, em conjunção com este utilizador avançado, é possível que os analistas de dados resolvam criar aplicações “relâmpago”, que surgem com a oportunidade e são depois descontinuadas.

Portanto, é fundamental que os ISVs, e os líderes em TI em geral, entendam a evolução das APIs e compreendam as grandes implicações do conceito de UX para o negócio com aplicações de software.

“Um novo jogo já começou e os players estão em campo. Mais de 1,8 milhão de desenvolvedores estão a utilizar as ferramentas de desenvolvimento e design de processos de aplicações da Progress voltadas para a otimização das interfaces de utilizador (UI) e com foco na experiência da aplicação em qualquer tipo de dispositivo, não importando o tamanho do ecrã, o tipo de conexão, o ambiente operacional ou a tecnologia de dados”, conclui Gharegozlou.

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