Autor de Odisseia no Espaço previu o futuro e acertou

Um vídeo de Arthur C. Clarke, numa conferência, em 1976, revelado esta semana, demonstra quais as previsões do escritor para o século XXI. Pelo menos, oito dos cenários estão corretos, mostrando situações que, hoje, parecem banais mas que há 40 anos eram apenas ideias.

Arthur C. Clarke

Com a chegada de 2015, muitas foram as comparações feitas com a realidade que nos rodeia e a descrita no filme Back To The Future de 1985 e a verdade é que o autor da película revelou-se certeiro em algumas situações. Mas o mesmo não acontece com Arthur C. Clarke, escritor britânico de ficção científica, e autor do livro 2001: Odisseia no Espaço.

C. Clarke morreu em 2008 não tendo tido oportunidade de conhecer as inovações de hoje mas, em 1976, numa conferência da AT&T/MIT, antecipou o futuro do século XXI e conseguiu acertar em, pelo menos, oito previsões. Em vez de carros voadores, o escritor deu mais atenção à área da comunicação e conseguiu prever com sucesso, por exemplo, a criação da Google. Nesta conferência, previu ainda outros cenários que, no entanto, ainda não foram atingidos como a realização de viagens puramente pelo prazer de viajar, eliminando totalmente os negócios da equação.

Ainda assim, muito deles estão corretos, como é o caso do desenvolvimento dos computadores. O escritor previu que um teclado seria unido a um ecrã para que a comunicação com o mundo exterior pudesse acontecer. Para além disso, no seu discurso, o escritor mencionou o facto de os dispositivos conectados fazerem parte do futuro na medida em que “vão permitir que enviemos mais informação para os nossos amigos, para trocar informações pictoriais e gráficas, data, livros e mais”. O culminar desta previsão surge com o desenvolvimento da internet que permite, precisamente, essas trocas de que falava.

Arthur C. Clarke afirmou também que as chamadas com recurso a vídeo serião comuns no século seguinte e o surgimento de ferramentas como o Skype são a prova disso mesmo. O e-mail foi também antecipado por C. Clark que o descreveu sob a forma de um meio de comunicação puramente digital que facilitasse a comunicação em tempo real como um complemento ao telefone da época. O próprio telefone viria a sofrer alterações já que o escritor previu, e corretamente, que estes equipamentos se tornariam móveis e que seriam de tal forma integrados no quotidiano das populações que operaria uma “reestruturação na sociedade”.

O escritor mencionou o telecommuting, que consiste no aproveitamento das tecnologias digitais para que se possa trabalhar em casa tal como se se estivesse no escritório, enquanto realidade comum. Apesar de ainda não ser tão habitual como previu, já é uma realidade aplicada a muitas profissões. Uma das previsões que corresponde na perfeição ao século XXI passa pela criação de uma “máquina” que teria a capacidade de procurar informações numa espécie de “biblioteca central”, ou seja, o desenvolvimento de um motor de busca. O Google é um exemplo da concretização deste cenário.

Por fim, Arthur C. Clarke antecipou o desenvolvimento de uma tecnologia que permitisse a existência de smartwatches, cuja inovação tem sido constante. Para abril deste ano, está previsto o lançamento do equipamento da Apple.