Empresas enfrentam guerra iminente pelo talento

O local de trabalho do futuro irá substituir as hierarquias e departamentos familiares e rígidos por pequenas redes colaborativas de equipas.

A Fujitsu encomendou à Pierre Audoin Consultants (PAC) que investigasse os elementos que irão dar nova forma ao local de trabalho ao longo dos próximos oito anos. O whitepaper resultante, dessa investigação, indica os passos recomendados que as empresas devem começar a dar para permanecerem competitivas. Uma área chave a que as empresas precisam de dar resposta é a mudança radical que ocorrerá na estrutura dos negócios, com as fronteiras de organizações de todos os tipos a tornarem-se cada vez mais fluidas, em termos de camadas de gestão e práticas laborais flexíveis, ao mesmo tempo que os modelos tradicionais da indústria ruirão, impulsionando novos modelos de colaboração.

Conway Kosi, Responsável de Managed Infrastructure Services EMEIA na Fujitsu, comenta: “Há um perigo real e presente dos colaboradores sem estratégias tecnológicas apropriadas para o local de trabalho se encontrarem deixados para trás na guerra pelo talento – porque não irão simplesmente ser capazes de atrair colaboradores para trabalhar em condições e práticas laborais que cada vez mais vão parecer antiquadas. A força de trabalho do futuro espera TI altamente flexíveis que se acomodem ao seu modo de trabalhar favorito de forma simples – TI que suporte uma colaboração mais eficaz e rica com pares, tanto dentro da empresa como na indústria entendida de forma lata. As empresas precisam de perceber que as decisões estratégicas tomadas hoje relativamente aos aspectos tecnológicos e aos aspectos sociais da transformação do local de trabalho terão um enorme impacto nas suas opções futuras de construção ou adesão a ecossistemas empresariais, em termos de atracção de colaboradores com as competências adequadas. Todas as empresas que não forem “sem fronteiras”, ficarão para trás nesta corrida.”

A agilidade do local de trabalho “sem fronteiras”

O foco nas estratégias de local de trabalho irá alargar-se, passando da promoção da produtividade individual dos colaboradores para o possibilitar de uma colaboração e co-criação prolíficas, tanto numa escala pequena como a nível da indústria, apoiando em simultâneo a saúde e o bem-estar. Para se tornarem apelativas a colaboradores futuros com as competências certas, a Fujitsu aconselha que as empresas assegurem que estão a mudar para um ambiente que proporciona locais de trabalho contextualizados e personalizados alinhados com as necessidades individuais dos utilizadores. Ao mesmo tempo, devem preparar-se para encorajar a colaboração melhorada entre pares através da implementação de tecnologias como a realidade aumentada. O relatório Workplace 2025 prevê que as estruturas organizacionais actuais se vão tornar mais ágeis, adaptando-se a condições económicas em constante mutação, ambientes competitivos e exigências dos clientes.

As hierarquias e departamentos rígidos serão substituídos por pequenas redes colaborativas de equipas compostas por freelancers internos e externos, ligados através de plataformas de comunicação unificada e apoiados por assistentes inteligentes. Os colaboradores individuais deixarão de ser definidos por uma única função, uma vez que o seu contributo e estilo de trabalho se irá adaptar de forma dinâmica para ir ao encontro de requisitos em mutação em diferentes tarefas. Além disso, as empresas vão precisar de remodelar o aspecto tradicional dos escritórios para incorporar mais espaços colaborativos, usando realidade virtual e aumentada para melhorar as reuniões. E quando o local de trabalho já não estiver ligado a um local físico, a biometria irá desempenhar um papel mais proeminente no que respeita a assegurar o acesso a dados e aplicações empresariais, permitindo que as pessoas acedam sem dificuldade a aplicações a partir de qualquer dispositivo, em qualquer lugar.

Recrutamento crowdsourced

Esta maior fluidez afectará não apenas os tipos de competências necessárias, como o próprio processo de recrutamento para garantir o talento certo. O whitepaper prevê que, em 2025, as empresas com maior crescimento sejam aquelas com capacidade para identificar instantaneamente e obter competências de entre um conjunto de talentos verdadeiramente global. O processo de encontrar os colaboradores certos irá transitar da colocação de indivíduos em papéis definidos para o crowdsourcing global de competências freelance. As plataformas online irão combinar empregadores com freelancers enquanto canal principal de recrutamento, e as empresas irão aproveitar cada vez mais a inteligência artificial avançada e os seus sofisticados algoritmos para identificar indivíduos com as capacidades certas para cada projecto.

O processo constante de construção rápida de equipas de todas as dimensões requer uma plataforma tecnológica robusta mas flexível que permita que os colaboradores sejam rapidamente autenticados, usando dados biométricos, e autorizados a usar ferramentas e sistemas relevantes.

Esbatimento das fronteiras entre sectores

Nick Mayes, autor do whitepaper Workplace 2025 e Director de Investigação na PAC, afirma: “Um aspecto crucial que as empresas têm de reconhecer é que o local de trabalho do futuro também se irá alargar para além das paredes das organizações. As fronteiras entre organizações individuais e ecossistemas vão esbater-se, à medida que as empresas se arrisquem a ir cada vez mais além para inovar. Novos ecossistemas digitais serão forjados a partir de parcerias transversais a vários sectores que respondam de novas formas às necessidades dos clientes – por exemplo, uma empresa de serviços financeiros pode propor uma hipoteca, depois ligar o cliente a uma empresa de mediação imobiliária e mudança de residência, fornecendo um serviço ponta-a-ponta.”

Criar e alargar estas redes irá colocar novas exigências à tecnologia necessária para suportar esta nova ordem, pois os sistemas vão precisar de gerar fronteiras organizacionais para darem a parceiros externos algum tipo de acesso a aplicações essenciais ao negócio. Gerir a partilha de ficheiros entre empresas para permitir um nível de colaboração superior vai exigir maior segurança para assegurar a protecção da propriedade intelectual.

Fruto destas novas exigências, a Fujitsu espera que os seus parceiros tecnológicos ajudem as empresas a gerir estes novos ecossistemas mais vastos, ao mesmo tempo que lidam com outros desafios como a segurança e a gestão de risco financeiro. As empresas vão precisar dos alicerces tecnológicos de uma plataforma e precisam de uma estrutura para se ligarem rapidamente aos serviços e capacidades disponíveis. Este modelo de co-criação digital possui o potencial de proporcionar muito maior valor de negócio do que os modelos contratuais rígidos que dominam o mercado actualmente.