Estão a aumentar as fraudes relacionadas com criptomoedas e romance

Os criminosos estão a ir mais além das aplicações de encontros e a recorrer cada vez mais ao Twitter e a mensagens de texto.

A Sophos divulgou detalhes de duas grande operações sha zu pan (esquemas de fraude financeira elaborados e demorados que podem custar milhares de euros às vítimas) ainda ativas a partir da Ásia.

Uma das redes criminosas tem sede em Hong Kong e envolve um falso mercado de trading de ouro; e a outra, com sede no Cambodja e laços com o crime organizado na China, já rendeu aos criminosos 500.000 dólares em criptomoedas em apenas um mês.

Em ambos os esquemas, os criminosos tentaram atacar Sean Gallagher, Principal Threat Researcher da Sophos, de forma direta através do Twitter e de mensagens de texto, respetivamente, em vez de recorrerem a aplicações de encontros, o método tradicional para encontrar e atingir as vítimas.

Assim, a Sophos lança agora a primeira parte da série “Fool’s Gold: Dissecting a Fake Gold Market Pig Butchering Scam”, em que explica os mecanismos internos da rede baseada em Hong Kong e demonstra como os criminosos estão a aumentar a sofisticação das suas técnicas para atrair e enganar os alvos.

“Há dois anos que acompanhamos e fazemos relatórios sobre um subconjunto destas fraudes sha zu pan, a que chamamos CryptoRom. Este é um tipo particular de esquema que depende de ‘engodos’ românticos, sendo que os criminosos abordam as potenciais vítimas em aplicações de encontros e pedem-lhes que invistam em aplicações fraudulentas de negociação de criptomoedas,” comentou Sean Gallagher, principal Threat Researcher da Sophos.

No primeiro golpe investigado, Sean Gallagher passou três meses a interagir com um dos criminosos, depois de ter sido abordado diretamente no Twitter. O criminoso fazia-se passar por uma mulher de Hong Kong de 40 anos, que rapidamente tentou transferir a conversa para o WhatsApp e depois convencer Gallagher a investir num falso mercado de comércio de ouro, que conhecia através do seu “tio Martin”.

Diz a Sophos que “a melhor defesa é a sensibilização pública para este tipo de golpes”, sendo que as pessoas devem ter cuidado com qualquer SMS, aplicação de encontros ou mensagem direta nas redes sociais.