Findster, a tecnologia portuguesa low-cost para localizar pessoas e animais

O conceito da Findster não é novo, mas a tecnologia que a empresa desenvolveu é inovadora: um protocolo próprio de comunicação por rádio que permite seguir a localização GPS de pessoas e animais de estimação sem pagar mensalidades. A startup criou dois módulos de hardware, um para pessoas e outro para animais, que é transportado, por exemplo, no cinto ou na coleira. O financiamento inicial foi feito na plataforma de crowdfunding Indiegogo e as primeiras unidades serão enviadas em abril. O preço será 129 euros, mas até ao mês quem quiser poderá comprá-lo por 99 euros através da plataforma.

Estes pequenos aparelhos ligam-se ao smartphone através da solução de comunicação por rádio, permitindo registar os dados de localização num raio muito superior ao do Bluetooth mas sem necessidade de subscrição do serviço. André Carvalheira, diretor de operações da empresa portuguesa, responde a três perguntas sobre como funciona o sistema e o modelo de negócio.

1. Qual a novidade neste sistema de localização?

O grande desafio dos sistemas de localização de animais e crianças está relacionado com o protocolo de comunicação usado para enviar a posição GPS da pessoa monitorizada para quem está a monitorizar. Existem duas categorias que se agrupam de acordo com o protocolo de comunicação usado mas que ainda não conseguem resolver o problema de forma adequada: soluções Bluetooth, que não têm precisão de localização (uma vez que não usam um módulo de GPS) e têm um raio de monitorização muito curto (30 metros no máximo). E soluções com cartão SIM, que não permitem monitorização em tempo real (têm minutos de intervalo entre cada posição enviada) e custam até 1000 euros ao fim de 2 anos, devido às mensalidades obrigatórias de 10 a 40 euros.

O Findster, devido ao protocolo de comunicação inovador que usa, cria uma nova categoria pois permite monitorização em tempo real sem custos mensais associados.

2. Não tendo mensalidades, como vão rentabilizar o vosso sistema?

Os sistemas existentes usam um cartão SIM, tal como os telemóveis, para enviar a localização GPS. Cada localização enviada é paga diretamente às operadoras de telecomunicações. Além de terem o problema de ser tornarem soluções muito caras, tornam proibitiva a monitorização em tempo real, tão importante em casos de desaparecimento. Uma vez que desenvolvemos um protocolo de comunicação proprietário que é independente das operadoras de telecomunicações, o uso dos nossos produtos não requer o pagamento de nenhuma mensalidade e portanto também não a cobramos aos nossos clientes. Além disso, tornamos possível monitorização em tempo real. Atualmente a nossa rentabilidade está associada apenas à venda de cada produto.

3. Já encontraram algumas reticências em termos de privacidade?

Uma vez que o Findster não tem a ambição de ser um sistema de localização ubíquo, a questão da hiperlocalização não se coloca. Usando a aplicação para smartphone do Findster sabemos em tempo real onde é que o nosso filho está e assim evitar todo o stress associado a situações de desaparecimento. O mais frustrante neste tipo de situações é, tipicamente, que embora o nosso filho não esteja no nosso raio de visão, ele também não está muito longe do sítio onde o perdemos de vista.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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