Fusão Telefónica/E-Plus preocupa autoridades alemãs

A Agência Federal de Redes alemã exige que a Telefónica ceda parte do seu espectro de frequências, para que a aquisição da E-Plus pela espanhola seja aprovada pela Comissão Europeia.

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A operadora a ser criada pela eventual associação entre a divisão germânica da Telefónica e a holandesa E-Plus possuiria mais de metade de todas as frequências de 900 megahertz e de 1800 megahertz disponíveis, comprimentos de onda utilizados atualmente para o suporte de chamadas telefónicas mas que, supostamente, passarão a ser cruciais para a distribuição a longo-prazo de serviços de banda-larga móvel 4G.

A Telefónica e a KPN, empresa holandesa de telecomunicações que detém a E-Plus, acordaram no ano passado uma fusão no valor 8,6 mil milhões de euros, que originaria uma super-operadora móvel que ensombraria os titãs do mercado alemão, a Deutsche Telekom e a Vodafone.

A ser decretada a aprovação da fusão pela Comissão Europeia, que conjuntamente com a autoridade alemã reguladora das telecomunicações está a rever o acordo, desencadear-se-á uma cadeia de eventos que resultarão na consolidação do setor europeu de telecomunicações.

A Telefónica, que comercializa serviços sob a marca O2, e a E-Plus não submeteram ainda à Comissão Europeia nenhuma concessão que vise amenizar os receios das entidades reguladoras relativamente aos efeitos prejudiciais que a eventual fusão poderá infligir nas atividades concorrenciais.

A ser legitimada a fusão, a Telefónica e a E-Plus passarão a dominar 63,8 por cento do espectro de 1800 MHz, deixando as rivais Deutsche Telekom e Vodafone, respetivamente, com 28,5 por cento e 7,7 por cento.

A União Europeia tem até dia 14 de maio para emitir uma decisão.