IBM e Repsol são parceiras na criação de tecnologia cognitiva

A empresa petrolífera Repsol e a tecnológica IBM celebraram uma parceria que visa o desenvolvimento mundial de tecnologia cognitiva para ser aplicada à indústria do petróleo, permitindo a otimização dos processos de exploração e produção de hidrocarbonetos. Sob o nome Pegasus, o projeto foi apresentado no decorrer do simpósio anual de sistemas cognitivos da IBM, que teve lugar no Watson Research Center da empresa, na cidade de Nova Iorque.

ibm-watsonAs tecnologias cognitivas em desenvolvimento, disse a IBM em comunicado, possibilitam que os computadores sejam capazes de entender, argumentar e aprender, o que supõe um salto qualitativo que melhorará notavelmente a atividade de exploração e produção de hidrocarbonetos. Esta tecnologia de vanguarda proporcionará uma vantagem competitiva à Repsol, que será a primeira companhia do setor a contar com ela. A companhia poderá recuperar mais recursos das jazidas, contará com mais e melhor informação para tomar decisões estratégicas, e melhorará o seu conhecimento para adquirir domínio de mineração.

Graças a esta tecnologia disruptiva, irão potencializar-se as capacidades das equipas técnicas por meio de uma interação muito mais eficaz entre os seres humanos e os computadores. Poderão analisar-se centenas de milhares de dados, documentos e relatórios e, procurando tendências e conexões entre eles, propor hipóteses e as soluções mais adequadas em cada momento, o que supera exponencialmente as atuais capacidades tecnológicas para a tomada de decisões.

O projeto, disseram oficiais das empresas, levar-se-á a cabo de forma conjunta por uma equipa mista da Repsol e da IBM, que irá trabalhar nas instalações mais avançadas que existem neste campo, como o primeiro laboratório cognitivo do mundo, propriedade da IBM e situado em Nova Iorque, e o Centro de Tecnologia Repsol, em Móstoles (Madrid).

A Repsol e a IBM contam com uma longa trajetória de colaboração, através da qual se desenvolveram projetos reconhecidos internacionalmente, como o Caleidoscópio, para a melhoria da imagem do subsolo, ou Excalibur, orientado a otimizar a produção das jazidas da companhia.

Os múltiplos projetos tecnológicos da Repsol para a criação de modelos dos campos petrolíferos melhoraram a segurança, a eficiência e a rentabilidade das suas operações. Estas ferramentas ajudaram a companhia a realizar mais de 50 descobertas de hidrocarbonetos desde o ano 2004, oito delas entre as maiores do mundo.

Dentro do Projeto Pegasus, ambas as companhias estão a desenvolver dois protótipos de aplicações cognitivas concebidas especificamente para potencializar a tomada de decisões estratégicas da Repsol, que obterá uma vantagem competitiva ao aumentar a eficiência e a eficácia das suas operações globais. Os cientistas encarregados do projeto poderão experimentar com uma combinação de interfaces, novas e tradicionais, através de diálogos, gestos, robótica e técnicas de visualização e navegação avançadas.

Para o Diretor de Tecnologia de Exploração e Produção da Repsol, Santiago Quesada, “a tecnologia desenvolvida pela Repsol está a ajudar a melhorar significativamente a forma como visualizamos e desenvolvemos campos de petróleo e gás, e esta última colaboração com a IBM abre-nos um mundo de novas possibilidades. Estamos convencidos de que a combinação perfeita de tecnologia e talento será o fator fundamental para a indústria no século XXI, onde uma gestão eficiente dos recursos é de suma importância.”

Pela sua parte, para o Diretor do Laboratório de Entornos Cognitivos da IBM, Darío Gil, “os entornos cognitivos podem melhorar a inteligência coletiva do grupo e influir na direção das decisões estratégicas para melhorar os resultados, o que para a Repsol significa otimizar a produção da jazida ou melhorar o processo de tomada de decisões para a aquisição de novos campos petrolíferos”.