IBM: era cognitiva chega a Lisboa com o robô NAO

A IBM realizou em Lisboa, uma demonstração do seu robô NAO powered by Watson num evento dedicado às novas tendências tecnologicas. O BusinessConnect 2016 aconteceu ontem, dia 21, na Estufa Fria e falou da era cognitiva e das suas inúmeras potencialidades.

António Raposo de Lima, presidente da IBM Portugal, começou por falar de como a IBM tem “ajudado as empresas e organizações a avançar para o futuro, tornando-as ainda mais competitivas e globais” . Referiu que este tem sido sempre o propósito da gigante tecnológica que a cada nova década lança uma nova visão estratégica global, sendo que neste momento, a aposta é na área cognitiva.

O presidente da IBM Portugal destacou ainda a quantidade de dados gerados pelos sensores que estão “em todo o lado” e mencionou como 80% desses dados são não estruturados e invisíveis, em que “não se consegue tirar qualquer partido deles”.  Assim, para se retirar valor destes dados é preciso acrescentar uma “uma carga cognitiva e transformar isso numa vantagem competitiva”.

O Watson é o expoente máximo e pioneiro da era cognitiva pois ouve, lê e compreende a linguagem, descobrindo novas relações entre os dados. ”O Watson aprende e não esquece”, afirmou. O Watson surgiu nos laborátorios de investigação da IBM e, passados 5 anos, tem 29 APIs sendo que estão projetadas 52 até ao final do ano.

O grande destaque foi o robô NAO, alimentado pela tecnologia Watson, que interagiu com Michelle Unger, General Manager da IBM Cognitive Solutions respondendo em linguagem natural às questões efectuadas. Este robô é o irmão mais novo do “Connie”, outro robô powered by Watson que serve de concierge na cadeia de hotéis Hilton e cujo nome vêm do fundador, Conrad Hilton.  Os participantes do evento viram como o NAO sabia quem estava na plateia, tendo com base o registo de convidados, com indicações de várias percentagens, como sabe dizer algumas piadas ou fazer sugestões sobre visitas turísticas, gastronomia e compras de souvenirs em Lisboa. Aliás, o NAO demonstrou ser um vasto conhecedor da capital e um excelente guia.

 

Michelle Unger falou ainda dos motivos pelos quais a computação cognitiva é uma inovação tão importante num país pequeno como Portugal, tal como já tinha feito por António Raposo de Lima, que referiu que somos early adopters de várias tecnologias e por isso podemos ser um local privilegiado para a instalação de centros de competências, startups e atrair cada vez mais empresas tecnológicas para o nosso país.

Sobre a história do Watson, a executiva da IBM referiu que foi primariamente adoptado à área da saúde, nomeadamente à oncologia e a gestão mas cedo se percebeu que podia ser levado a qualquer processo e foi evoluindo até termos chegado ao NAO. Unger afirmou que “no futuro, todas as decisões serão tomadas com a ajuda de um sistema cognitivo.”

 

NAOO NAO pode ter várias especialidades pois vai aprendendo ao longo do tempo e assim vai conseguindo ter a habilidade de acelerar tomada de decisões dentro de uma empresa.  Por exemplo, pode ser consultor financeiro e ao mesmo tempo de recursos humanos, desde que lhe tenham sido fornecidos os dados e a informação para  tal.

A General Manager da IBM Cognitive Solutions  afirmou também que “o casamento entre um negócio digital e um negócio inteligente será o que podemos designar um negócio cognitivo” Este negócio vai usar todos os insights antes de tomar qualquer decisão e vai descobrir  oportunidades de negócio e oferecer novos serviços. Por exemplo, com a ajuda do Watson é possível um fabricante de automóveis conseguir detectar defeitos no fabrico de uma peça.

Quanto às vantagens que o  mundo cognitivo pode oferecer fica um maior envolvimento humano, uma elevada especialização e novos serviços, operações e processos.

“O mundo está ser reinventado em código pois tudo o que usamos tem um pouco de código em si” esta foi mais uma das mensagens transmitidas para demonstrar todas as potencialidades do Watson e no final ficou que no ar a questão “qual o preço de não sabermos?”.

Em seguida ocorreu um painel com foco na era cognitiva mas também na digitalização conduzido por Pedro Santos Guerreiro, com ma participação de António Almeida Henriques, Presidente da Câmara Municipal de Viseu, António Martins da Costa, Administrador Executivo da EDP, Gonçalo Cabrita, Co-founder & CEO da CoolFarm, Inês Caldeira, CEO L’Oreal Portugal, Jorge Portugal, Diretor-Geral da Cotec Portugal, Luís Flores, CEO da Unicre, Manuel Castelo-Branco, Vice Presidente dos Correios de Portugal, e Pedro Rocha Vieira, Co-founder & CEO da Beta-i.

Foi unânime que a digitalização é algo imprescindível que está a já a ocorrer nas maiores empresas portuguesas mas também que é uma oportunidade para criar novos produtos e serviços.

Na sessão paralela sobre cibersegurança, falou-se do IBM Watson for Cybersecurity e de como esta tecnologia está a revolucionar a forma como os analistas de segurança trabalham assim como o tempo de resposta a uma ameaça. Para servir de interface com o analista foi criada uma persona, o  Rafael que dá poderosos insights e reduz a diferença de skills existente de forma a reduzir o tempo de pesquisa e investigação sobre determinada ameaça e tempo de resposta da organização após um ataque.

Um fato curioso é que quando o Watson começou a aprender sobre cibersegurança pensou que ransomware era uma cidade e foi preciso ensinar do que se tratava para que começar a reconhecer este tipo de ameaça.  A grande mais valia é que o Watson age para além de um mero algoritmo pois analisa e interpreta.

José Alegria, Diretor de Cibersegurança da Portugal Telecom falou do sistema IBM Guardian que existe na sua empresa e de como se deve ter um política pró-activa e não reactiva em relação à segurança. A mensagem mais importante foi que se deve garantir que os activos sensíveis estão devidamente protegidos e manter uma medição constante do que está a acontecer na rede que se quer proteger, para se conseguir aprender o máximo e ter a melhor knowledge base possível.