Indra avança com despedimentos em massa

A Indra vai despedir 1,85 mil funcionários em Espanha, fruto de uma estratégia de contenção de despesas que visa poupar entre 180 e 200 milhões de euros até 2018. O objetivo último da empresa é cortar cerca de três mil postos de trabalho em todo o mundo.

Ao longo dos próximos três anos, a software house espanhola pretende que as suas vendas anuais aumentem entre 2,5 e 4,5 por cento. O negócio da Indra tem sido afetado por uma queda tanto no setor público como no privado, motivada por uma crise económica duradoura que tem flagelado o seu mercado doméstico. A sua expansão no Brasil também tem sido atribulada.

Diz a tecnológica, em comunicado, que, devido à perdas de 92 milhões de euros registadas em 2014 e às do início de 2015, “viu-se obrigada a estudar todas as medidas ao seu alcance para inverter esta circunstância que não é boa para a empresa, nem para os seus profissionais”. Para este fim, a Indra vai “reduzir custos e simplificar estruturas, melhorar procedimentos e processos”, ao mesmo tempo que continuará a investir no fortalecimento das suas ofertas para dar resposta às exigências do mercado.

A estratégia da empresa para os tempos vindouros passa pela adição de valor aos produtos existentes e pelo aumento do portfólio de projetos.

A decisão da Indra surge depois de vários meses de deliberação e da aplicação de medidas de redução de despesas, incluindo a diminuição do salário do atual presidente executivo Fernando Abril Martorel (que se juntou à empresa no passado mês de janeiro), comparativamente ao do antecessor Javier Monzón. Também o modelo de remuneração dos níveis mais altos da gestão da empresa foi reconfigurado, sendo que não foram entregues dividendos relativos ao exercício de 2014. Contudo, como se pode verificar, estes esforços não foram suficientes, levando a Indra a aplicar medidas mais drásticas.