Maioria dos consumidores não confia na segurança online, diz estudo

A era da Internet das Coisas está a caminho. É inevitável. Já em 2020, quase metade dos consumidores vai ter pelo menos um dispositivo conectado, segundo diz um estudo da Accenture. Como resultado, o volume de tráfego de dados vai crescer de forma explosiva. Neste novo mundo, em que pouco ficará por conectar, o sucesso das empresas vai estar dependente da “confiança digital” dos utilizadores da internet, alerta a empresa norte-americana.

A Accenture, empresa de consultoria de gestão, Tecnologias da Informação e outsourcing, divulgou o estudo “Confiança digital na era da Internet das Coisas”, que envolveu 24 mil consumidores em 24 países. A investigação teve como principal objetivo averiguar as expectativas e o nível de confiança que os consumidores têm no mundo digital, principalmente no que diz respeito à segurança das suas informações pessoais.

Cerca de 54 por cento dos consumidores digitais não confia nos sistemas de segurança online, o que os leva a ter uma atitude mais cautelosa. Mas, quando falamos no grupo de utilizadores mais jovens, com idades entre os 14 e os 17 anos, a confiança é maior, com 58 por cento a acreditar que a proteção dos seus dados pessoais está garantida. À medida que avançamos nas faixas etárias, encontramos consumidores mais inseguros, com 70 por cento dos utilizadores com mais de 55 a mostrarem-se céticos quanto à segurança online.

A pesquisa mostrou também que os utilizadores da Europa Ocidental são os que temem mais pela segurança dos seus dados pessoais, com 60 por cento dos consumidores a não confiar no meio online. Já no Médio Oriente, a maioria das pessoas (54 por cento) crê que a sua informação pessoal está segura na internet.

Atenção, empresas

O número é esmagador. Noventa por cento dos consumidores considera que há várias atividades no meio digital que violam a sua privacidade, incluindo anúncios ou ofertas baseados na localização geográfica, pesquisas e compras online.

A Accenture avisa as empresas de que devem priorizar a “confiança digital”, para conseguirem monetizar a informação gerada a partir dos dispositivos conectados. Caso contrário, os consumidores podem considerar os anúncios e ofertas a eles dirigidos como uma violação à sua privacidade pessoal.

“As empresas que construírem maior confiança junto dos consumidores vão conseguir aceder a mais dados, utilizar capacidade analíticas para desbloquear mais valor desses dados, e oferecerem mais serviços geradores de receitas e aplicações que alavanquem oportunidades na economia digital”, explicou em comunicado Robin Murdoch, diretor-geral da Accenture na área de Internet e Negócio Social.

E os consumidores mostram-se recetivos a alternativas aos habituais “nomes de utilizadores” e “palavras-passe”. A investigação revelou mesmo que 60 por cento dos consumidores caracteriza estas formas de autenticação como “desconfortáveis”, sendo 77 por cento aqueles que estão interessados em alternativas para os protegerem na internet.

“A prática generalizada de escrever usernames e passwords para aceder a conteúdos na Internet pode em breve tornar-se obsoleta”, afirmou Murdoch na área de Internet e Negócio Social. “Os consumidores estão cada vez mais frustrados com estes métodos tradicionais que se estão a tornar cada vez menos confiáveis para proteger os seus dados pessoais como e-mails, números de telefone e histórico de compras”, observou ainda.