Mensagens de spam diminuíram no segundo trimestre mas a técnica está a mudar

Uma investigação da Kaspersky Lab indica que a percentagem de spam e phishing no tráfego de correio eletrónico diminuiu 5,8 por cento do primeiro para o segundo trimestre. Contudo, aumentou o recurso a eventos internacionais e reais para disseminar este género de mensagens.

O relatório “Spam e Phishing no segundo trimestre de 2015”, da companhia de cibersegurança, revelou que o volume de mensagens spam caiu de 59,2 por cento para 53,4 por cento entre abril e junho, mas uma nova tendência parece começar a emergir: utilizar eventos reais – como o terramoto no Nepal ou os Jogos Olímpicos 2016 no Brasil – para realizar operações fraudulentas.

Os pesquisadores da Kaspersky Lab verificaram que, em muitos casos, os criminosos pediam donativos para ajudar as vítimas das tragédias que se abateram sobre o Nepal em abril e, depois, em maio, embora esse dinheiro fosse diretamente parar aos bolsos dos golpistas. Noutras situações, era pedido às vítimas que introduzissem os seus dados para resgatar prémios, como bilhetes para assistir aos Jogos Olímpicos de 2016.

A analista de spams Tatyana Shcherbakova, da Kaspersky Lab, refere, em nota, que utilizar eventos trágicos ou de grande significado para dar vida a esquemas de fraude não é uma novidade. Mas essa técnica adquire outros contornos mais rentáveis quando a cobertura dos media é de tal forma intensa que as pessoas se sentem motivadas a ajudar, no caso do Nepal, e a testemunhar um evento de magnitude mundial como são os Jogos Olímpicos.

“Para se proteger, os utilizadores não devem abrir e-mails de remetentes desconhecidos, nem clicar nos links ou abrir os anexos contidos nesses e-mails”, acautela a analista. “Alguns fraudadores tentam fazer o nome e o endereço do remetente parecerem mais legítimos, por isso, esta dica é mais importante do que nunca”.

No segundo trimestre, em comparação com o primeiro, a Alemanha deixou de ser o quarto país mais afetado por spam, para ocupar a primeira posição. Uma em cada cinco mensagens de correio eletrónico, de acordo com as estimativas da Kaspersky Lab, eram spam. Em segundo lugar vem o Reino Unido, que no primeiro trimestre ocupava o topo da lista, e em terceiro vem o Brasil.

No reverso da moeda, temos os Estados Unidos e Rússia, duas das maiores potências mundiais e rivais ancestrais, como os principais emissores de mensagens de spam.

O programa Trojan-Spy.HTML.Fraud.gen foi o mais utilizado para conduzir o roubo de informações de utilizadores através de correio eletrónico.