News Corp acusado de hackear telemóvel de vítima de homicídio

O grupo norte-americano News Corporation poderá vir a enfrentar acusações criminais relativas à implementação de escutas telefónicas ilegais e a práticas de suborno, colocando vários jornalistas do grupo na linha de fogo.

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Os procuradores do Ministério Público britânico alvitraram um série de acusações de que o grupo de comunicação social poderia ser alvo, no decorrer do julgamento de oito meses que resultou na condenação de Andy Coulson, antigo editor do News of the World, jornal que passou para as mãos de Rupert Murdoch, presidente do News Corp, em 1969.

As autoridades policiais do Reino Unido interrogaram já vários antigos oficiais da unidade britânica da News Corp relativamente às acusações que pesavam nos ombros do grupo.

A polícia londrina afirmou que quer ainda interpelar Murdoch sobre as atividades dos jornalistas que agiam sob a sua alçada. O presidente do News Corp é também ele suspeito no caso das escutas telefónicas.

Estas acusações são fruto do escândalo que irrompeu aquando das revelações de que  jornalistas do News Corp haviam ciberneticamente invadido o registo de mensagens de voz do telemóvel da jovem britânica Amanda “Milly” Dowler que, em 2002, fora raptada e mais tarde assassinada, tendo o seu carrasco Levi Bellfield sido condenado a prisão perpétua, nove anos após o sucedido.

Segundo consta, as mensagens a que acederam os jornalistas em questão foram eliminadas, o que junta acusações de obstrução à justiça às de suborno e de implementação de escutas telefónicas ilegais.

Rebekah Brooks, antiga diretora da unidade editorial britânica da News Corp, fora ilibada ontem por um júri em Londres.

Os jornalistas alegadamente responsáveis por terem hackeado o telemóvel da jovem Dowler aguardam o veredicto final.