Cortes de custos impulsiona lucro da Numericable-SFR

A operadora de telecomunicações Numericable-SFR teve um lucro principal maior que o esperado no segundo trimestre graças a cortes de custos agressivos capitaneados pela nova controladora, a Altice.

Os resultados foram animadores, ainda que a companhia continue a perder clientes para rivais. A Altice, holding do bilionário franco-marroquino Patrick Drahi reformulou as tarifas de telefonia móvel e banda larga da Numericable nos últimos meses para focar nos resultados financeiros, ao invés da participação no mercado.

Como resultado, o lucro ajustado da tele antes do Ebitda (juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) subiu cerca de 19% para 1,06 mil milhões de euros com uma margem positiva de 38,4%. O lucro líquido alcançou 79 milhões, na comparação com um prejuízo de 116 milhões, no mesmo período do último ano.

Segunda apuração das agências Reuters e France Presse a receita no segundo trimestre caiu 2,4%, para € 2,78 mil milhões, à medida que clientes continuam uma migração massiva para as concorrentes Bouygues Telecom, Iliad e a líder de mercado naquele país, Orange.

Os resultados trimestrais ficaram, na sua maioria, em linha com as estimativas de analistas que previam receita de 2,73 mil milhões e Ebitda ajustado de mil milhões, segundo dados do instituto Thomson Reuters I/B/E/S.

A holding Altice, que agora está baseada em Amsterdã, na Holanda, reportou queda de 2% nas vendas para € 3,9 mil milhões, mas o lucro operacional cresceu 13%, para 1,55 mil milhões, com uma margem positiva melhorada de 39,7%, graças aos controles de custos.

Após focar na Numericable-SFR no primeiro semestre, a holding do magnata Drahi agora está integrando outra aquisição recente, a Portugal Telecom, comprada da brasileira Oi, na qual as vendas e o lucro caíram no trimestre.

Ele articula – ou pelo menos tenta – um movimento de consolidação do setor na Europa, com ofertas que já foram recusadas pelo Bouygues Groupe e também pela Telecom Italia, hoje controlada por outra holding francesa, a Vivendi, capitaneada pelo bilionário Vincent Bollore.

*Amauri Vargas é jornalista da BIT no Brasil