Site de votações do referendo Brexit pode ter sido alvo de ciberataques

Um grupo de legisladores britânicos afirmam que site do qual os britânicos tiveram de aceder para poder votar no referendo sobre a permanência na União Europeia, pode ter sido alvo de manipulação por parte de hackers estrangeiros. A suspeita fundamentada, por parte deste comité, refere que o site teve problemas informáticos, antes de atingir os prazos de votação.

No total foram mais de um milhão de utilizadores registados nas últimas duas semanas antes do referendo que levaram a um crash do site. Contudo, o governo britânico estendeu o prazo de inscrição e culpou os cidadãos mais jovens de atrasarem o processo.

Num relatório divulgado pelo Parlamento Britânico, o orgão governativo não descarta a possibilidade dos problemas informáticos terem sido provocados por um ciberataque DDoS. Apesar da alegada interferência estrangeira, o relatório refere que a mesma não teve impacto nos resultados que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia.

“O entendimento dos Estados Unidos da América e do Reino Unido sobre os ciberataques é predominantemente técnico. Por exemplo, a Rússia e a China utilizam uma abordagem cognitiva, baseada no entendimento da psicologia de massas e a forma de explorar as pessoas. As implicações do ataque informático têm um alcance que afecta claramente a opinião pública, no que diz respeito à interferência em eleições e referendos”, salienta o relatório.

O comité também teceu criticas em relação à posição do governo ao organizar a votação do Brexit, em específico David Cameron. O ex-primeiro ministro britânico e membro do partido conservador afirmou que o referendo seria uma posição para terminar com o “bluff” do Reino Unido.

“Não houve um planeamento ajustado, para a vitória da saída da UE. O referendo despertou muita controvérsia e destruiu a credibilidade de David Cameron”, sublinha o relatório.

É de que recordar que a votação que decidiu o afastamento do Reino Unido da União Europeia aconteceu no dia 23 de junho de 2016. De momento o governo britânico, liderado pela primeira ministra Theresa May, está em negociações para determinar os moldes da saída