Aplicações de messaging estão a substituir serviços de voz e SMS, conclui investigação

O aumento significativo dos planos tarifários com pacotes de acesso à Internet está a incentivar os jovens portugueses em idade escolar a aderir a aplicações de troca de mensagens como alternativa aos serviços de voz e SMS no telemóvel.

Esta é uma das tendências verificadas pelos investigadores do FAQtos, projeto do INOV-INESC com o Instituto Superior Técnico, que tornam agora público um relatório sobre a utilização de telemóveis e questões relacionadas com as radiações eletromagnéticas. A investigação tem por base 7,820 inquéritos, realizados durante quatro anos, a estudantes do ensino secundário de 116 escolas de todo o país.

Entre os anos letivos 2010/11 e 2014/15, o número de alunos que acede à Internet e às redes sociais através do telemóvel passou de 35 por cento para mais de 85 por cento, sendo que aplicações de messaging baseadas em dados móveis estão a ganhar terreno aos serviços de voz e SMS. Mais de 70 por cento dos jovens inquiridos tem um pacote de dados incluído no tarifário, facto que alicerça a percentagem verificada.

Também de acordo com o último relatório do FAQtos, a ligação dos jovens ao telemóvel é intensa logo a partir dos 10 anos de idade, mas com variações de utilização ao longo do período da investigação e com cada vez menos restrições por parte dos pais.

No último ano, a média de SMSs enviadas por dia desceu de mais de 100 para 80, e o tempo médio diário passado em chamadas diminuiu 23 por cento, nivelando-se nos 30 minutos/dia – influência da subida na troca de mensagens via Internet. De referir que, ainda em termos de utilização, 80 por cento dos jovens indica usar o telemóvel para ouvir música/rádio.

Apenas 0,4 por cento dos jovens entre os 15 e os 18 anos não usa telemóvel, e a facilidade das comunicações ilimitadas reduziu para metade o número de jovens com mais do que um equipamento.

No que respeita aos efeitos possíveis das radiações eletromagnéticas na saúde, objeto principal de estudo e esclarecimento do FAQtos, 45 por cento dos jovens não demonstra preocupação; contudo, só 17 por cento indicou algum tipo de esforço de pesquisa de informação sobre o tema.

Quando questionados sobre as medidas de proteção tomadas embora mais de 70 por cento dos jovens inquiridos não tenha assumido qualquer modificação de comportamento, os jovens que o fazem pontuam a comodidade acima de eventuais receios.