“A cloud é um dos principais tópicos na agenda” das empresas de hoje

O diretor da Oracle Digital para a região EMEA disse que a cloud dá aos negócios a escalabilidade e resiliência necessárias para que as empresas possam potenciar a sua transformação digital. Neil Sholay sublinhou que os dados, por si só e sem contexto, “são inúteis” e que as organizações precisam de adotar estratégias que lhes permitam transformar dados em valor.

O executivo falou hoje durante o Oracle Cloud Day, em Lisboa, sobre a importância da cloud como elemento impulsionador do negócio. Sholay afirmou que todos os clientes da Oracle estão “a caminho da cloud”, uns mais avançados do que outros, naturalmente, e que todos estão a sofrer a chamada Transformação Digital, algo que é transversal a todos os setores de atividade.

E esta metamorfose exige que as empresas rearranjem os seus negócios de modo a que estes se tornem mais ágeis, inovadores e escaláveis. Esta tríade de fatores torna a empresa mais competitiva, capaz de disponibilizar serviços e aplicações em muito menos tempo e de ampliar o alcance do seu negócio.

Partes significativas dos seus orçamentos empresariais são despendidos na manutenção e gestão de silos de dados, que acabam por não comunicar entre si, servindo apenas como armazéns, pois as empresas não olham para eles como deveriam: como ativos que devem ser operacionalizados para acrescentar valor ao negócio e fazê-lo crescer. Bruno Morais, All Technology Director da Oracle, disse, durante a sessão, que “Vivemos grandes transformações nas TI, e a cloud é um dos principais tópicos na agenda”.

No entanto, Sholay reitera que os dados, per se, de nada valem. É preciso que as empresas saibam contextualizá-los, para que possam tomar as decisões mais acertadas para os seus objetivos de negócio.

O representante da Oracle fez, então, a distinção entre a cloud privada e cloud pública. Quanto à primeira, e, em tom de gracejo, comparando-a ao casamento, Sholay disse que a empresa constrói um portfólio estanque de fornecedores e parceiros, o qual mantém ao longo do tempo. No que diz respeito ao segundo modelo, o executivo explicou que se trata de uma abordagem mais dinâmica, através da qual o portfólio de fornecedores da empresa é fluído e permeável.

A cloud pública, por contraposição às infraestruturas on-premise, como disse Sholay, permite às empresas reduzirem custos de manutenção e de gestão, potenciarem a produtividade dos seus negócios e transformarem os dados de que dispõem em catalisadores do crescimento.

O executivo enunciou também um género de “guia das melhores práticas”, na qual identificou que as empresas que conseguem, com efeito, abraçar a cloud e recolher os frutos devidos são aquelas que disponibilizam os seus dados, processos e sistemas a terceiros utilizadores; que desenvolvem plataformas agregadoras de serviços, que podem ser constantemente atualizadas, e não criam múltiplas tecnologias independentes; e que operam sobre a filosofia Cloud First e não resistem à integração de computação cloud nos seus negócios.

Sholay disse que a Oracle Cloud, uma cloud pública, permite disponibilizar um novo serviço ou aplicação em, exatamente, 37 passos, enquanto é preciso percorrer 726 etapas para conseguir lançar um novo serviço ou aplicação através de uma infraestrutura on-premise.

A cloud na Administração Pública portuguesa

O Oracle Cloud Day contou ainda com a presença de Jaime Quesado, presidente a Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública (ESPAP). O responsável disse que a cloud governamental, ou Gov Cloud, que o Estado português tem vindo a desenvolver nos últimos anos, que pretende centralizar os recursos informáticos dos vários ministérios numa só plataforma, de maneira a que possam ser reduzidas as despesas de TIC na Administração Pública e possam ser agilizados os serviços que esta disponibiliza aos cidadãos.