Acionista da Qualcomm quer separar negócios de patentes e chips

A Jana Partners pediu à Qualcomm para considerar a separação dos seus negócios de chips e de patentes. Com esta cisão, a firma de investimentos quer fazer crescer o valor de mercado da tecnológica, que tem lutado para se manter na mó de cima no setor dos dispositivos móveis.

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Um dos maiores acionistas da fabricante de semicondutores norte-americana, a Jana Partners parece acreditar que a Qualcomm já viu melhores dias e que a separação das unidades de chips e de licenciamento de patentes fará com que a empresa cimente a sua posição no mercado dos semicondutores para dispositivos móveis, a coluna vertebral do seu negócio e crescimento. Ao mesmo tempo, a Jana quer que a tecnológica reduza as suas despesas, acelere o processo de retoma de ações e reconfigure o sistema de pagamentos da camada executiva, o seu conselho diretivo e a sua conduta financeira, de acordo com o Wall Street Journal.

Em março, a Qualcomm disse que iria recuperar ações no valor de até 15 mil milhões de dólares e aumentar os dividendos trimestrais. Ademais, a empresa afirmou que uma porção de pelo menos 75 por cento do seu cash flow operacional seria devolvido aos investidores numa base anual.

Apesar de considerar que a recompra da ações é já um passo positivo em direção à recuperação, a firma de investimentos acredita que há ainda muito a fazer, e que a Qualcomm tem de capitalizar a sua forte posição no mercado dos chips. Citando o Wall Street Journal, a Reuters diz que, dado o atual valor de mercado da empresa, o negócio de chips da Qualcomm não tem praticamente qualquer valor.

Embora a maior parte das receitas da Qualcomm sejam geradas pela venda de chips que permitem aos telemóveis comunicar com operadoras de rede, a maioria dos lucros da tecnológica advém do licenciamento de patentes para tecnologia CDMA (Core Division Multiple Access) para telemóveis.

Consta que este ano, a Samsung, que recorria há já bastante aos chips da Qualcomm para potenciar os seus telemóveis, decidiu utilizar um microprocessador de fabrico próprio para o seu Galaxy S6, em detrimento do mais recente chip para dispositivos móveis Snapdragon produzido pela empresa norte-americana.

Diz a agência noticiosa que desde o início de 2015, o valor de mercado de 114,08 mil milhões de dólares da Qualcomm caiu já cerca de sete por cento.

O diretor executivo da empresa, Steve Mollenkopf tem procurado novas formas de restituir a rentabilidade à Qualcomm, uma tarefa que parece mais árdua do que remar contra a maré. Ainda este ano, a Bloomberg noticiou que este ano fiscal a Qualcomm espera registar um aumento das receitas na casa dos três por cento. O CEO quer também expandir os horizontes da empresa, levando os seus chips até outros mercados, como o automóvel e o dos servidores.