Acionistas da PT aprovam fusão com a Oi

Os acionistas da Portugal Telecom deram, por fim, luz verde à fusão da empresa de telecomunicações portuguesa com a Oi, numa altura em que a América Móvil está a considerar unir forças com a operadora brasileira para adquirir a TIM e o mercado de telecom do Brasil sofre uma crescente consolidação.

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A decisão surge dias antes de ter início o leilão da faixa de 700 MHz, que acontecerá no próximo dia 30 de setembro. O espectro será vendido para receber a tecnologia 4G no Brasil, e as empresas terão de desembolsar quantias avultadas para adquirirem as frequências.

A aprovação do negócio por parte dos acionistas vem destruir quaisquer receios que tenham emergido relativamente à viabilidade da fusão, gerados pelo mediático empréstimo de 900 milhões de euros que a PT fez à Rioforte, do Grupo Espírito Santo, à revelia dos seus acionistas.

A fusão ficará, então, concluída com uma taxa de aprovação de 98,25 por cento, representando mais de dois terços dos votos dos acionistas. Sob os termos do acordo de aquisição, reformulado depois de comportamentos executivos menos adequados, a Portugal Telecom verá reduzida a sua participação na CorpCo, a empresa que resultará do negócio, de 38 por cento para 25,6 por cento.

A América Móvil, por outro lado, liderada pelo multimilionário Carlos Slim e detentora da operadora brasileira Claro, poderá juntar-se à Oi numa oferta conjunta para a compra da TIM Brasil, uma unidade da Telecom Italia. O CFO da empresa mexicana, Carlos Garcia Moreno, afirmou que a América Móvil está na posse dos recursos necessários para apoiar uma oferta de aquisição da TIM, a segunda maior operadora no Brasil.

Em agosto, a Oi revelou que tencionava estender os seus tentáculos à TIM, acrescentando que tentaria conquistar o apoio da América Móvil e da maior operadora espanhola Telefónica, visto que uma eventual divisão da unidade móvel da Telecom Italia permitiria que as empresas conseguissem adquirir uma maior percentagem do mercado de telecom. As empresas têm batalhado para conquistar novos subscritores e apostado veementemente em redes de maior velocidade, ao mesmo tempo que tentam conservar a sua rentabilidade numa economia que padece de uma dormência tóxica.