Apple abre laboratório ‘secreto’ em Taiwan

Este laboratório de investigação em Longtan, que já emprega cerca de 50 pessoas, tem a missão de desenvolver novas tecnologias de ecrã para o iPhone, iPad e computadores Mac.

A empresa norte-americana terá contratado pessoas na AU Optronics, fabricante local de ecrãs, e na Qualcomm, que ocupou o edifício desde 2008. As tecnologias que estão a ser desenvolvidas serão usadas para tornar mais leves e finas as próximas versões dos dispositivos, melhorando também a luminosidade e a eficiência energética. No entanto, há outra vantagem: ao investir nos seus próprios displays, a Apple poderá começar a reduzir a sua dependência de outros fornecedores asiáticos, desde Samsung e LG à Sharp e Japan Display

A caracterização do laboratório como secreto deve-se à falta de informação por parte da Apple, à não identificação da empresa na fachada do edifício e à recusa dos seguranças e rececionista de dar pormenores sobre quem trabalha lá dentro. A investigação da Business Week, que avança a notícia citando fontes com conhecimento sobre a estrutura, indica que a Apple está nos registos do Hsinchu Science Park (onde se localiza o laboratório) desde abril. Na página de Linkedin da Apple, é possível encontrar vagas para engenheiros precisamente em Taiwan.

É claro que empresas como a Apple investem continuamente na melhoria dos seus produtos, mas esta é uma iniciativa invulgar da empresa, que tem quase toda a investigação concentrada na sede californiana, em Cupertino. A notícia aparece também numa altura em que o mercado se revela pessimista quanto à performance do iPhone no próximo ano. Analistas do Morgan Stanley, JP Morgan Chase e Credit Suisse, entre outros, baixaram as suas previsões e indiciam que a procura pelos novos iPhones 6s e 6s Plus não é tão forte quanto o esperado.

De resto, o próprio mercado está em abrandamento. A IDC diz que este ano o crescimento será de apenas um dígito, pela primeira vez, e que até 2019 a tendência se irá intensificar. A maturidade dos mercados e o falhanço de plataformas alternativas ao Android, iOS e Windows Phone contribuem para esta estagnação.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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