Apple nega acusações da CCTV e diz que o iOS é seguro

A Apple, em resposta às acusações emitidas pela comunicação social chinesa, afirmou que as funcionalidades de localização do seu iOS não podem ser utilizadas para monitorizar as atividades dos indivíduos na China.

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A China Central Television (CCTV), que na passada sexta-feira comunicou que o sistema operativo da Apple possibilitava a divulgação indevida de segredos do governo da República Popular da China, recebeu hoje uma desmentido por parte da multinacional norte-americana, que assegurou que as funcionalidades de localização de forma nenhuma permitem vigiar as atividades dos utilizadores chineses e que esse nunca fora o propósito da criação das mesmas.

A empresa liderada por Tim Cook afirmou que a função de localização não é uma opção que esteja ativa por defeito nos dispositivos da Apple, o que significa que os utilizadores podem escolher acioná-la ou desativá-la.

São várias as tecnológicas que têm sido alvo de investigações por parte do governo chinês, reflexo das crescentes tensões entre Pequim e Washington cujas relações se têm vindo a deteriorar depois das acusações de ciberespionagem que recaíram sobre cinco oficiais militares chineses que os EUA disseram ter orquestrado as invasões aos sistemas informáticos de várias empresas norte-americanas.

Empresas como a Apple, a Google e o Facebook estão entre muitas que têm sido causticamente criticadas pelos media chineses, depois dos procuradores dos EUA terem, no passado mês de maio, emitido as acusações contra os militares chineses, que se alinharam com a controversas revelações de Edward Snowden, que em 2013 trouxeram à luz do dia programas ocultos de espionagem cibernética e de telecomunicações por parte da Agência de Segurança Nacional.

James Roy, analista na China Market Research Group, disse hoje que tem havido uma avultada e mútua troca de acusações de ciberespionagem entre os EUA e a China. O analista desvalorizou o juízo emitido pela CCTV, alegando que que uma notícia de um grupo de media não tem o mesmo peso que uma ordem governamental para a proibição da comercialização do iPhone, mas que a acusação constitui uma ameaça ao nome da Apple e pode mesmo refletir-se nos resultados das vendas dos seus smartphones.

Contudo, a Apple assegurou que não está envolvida em qualquer tipo de acordo com nenhuma agência governamental para difundir informação pessoal dos seus utilizadores.