AT&T e Time Warner: negócio de US$85 mil milhões irá sofrer grande escrutínio

É a maior compra do ano no setor, anunciada apenas duas semanas antes das eleições presidenciais nos Estados Unidos, que vão determinar o ambiente de negócios para os próximos quatro anos. Donald Trump quer rasgar acordos de comércio com as outras regiões do mundo e já afirmou que bloqueará a compra da Time Warner pela AT&T se for eleito; Hillary Clinton, mais pragmática e sem vontade de implodir o sistema, provavelmente não se irá opor.

Ainda assim, um porta-voz da candidata democrata afirmou que a compra levanta uma série de questões e receios, mas que ainda não tem informação suficiente para chegar a uma conclusão definitiva.

Certo é que o subcomité do Senado norte-americano sobre práticas anticoncorrenciais vai chamar os executivos e discutir a aquisição em novembro. O Departamento de Justiça, que tem de rever e aprovar a compra, não fez ainda quaisquer comentários oficiais. O regulador das telecomunicações FCC também terá de avaliar que licenças de operação irão ser ou não transferidas.

Se receber luz verde, o que não está previsto até final do próximo ano, o negócio criará um gigante sem paralelo no setor das telecomunicações e media. A AT&T, operadora de telecomunicações fixas e móveis, provedora de internet e televisão (após adquirir a DirectTV por US$48,5 bilhões), passará a controlar canais tão importantes quanto HBO e CNN, os estúdios da Warner e muitos outros ativos críticos.

Essa mega fusão pode abrir uma nova era de consolidação entre distribuição e criação de conteúdos. Se os reguladores já estavam preocupados com a aquisição da NBCUniversal pela Comcast, um negócio de “apenas” US$ 30 mil milhões, agora a fasquia é muito mais elevada.

A AT&T tem 142 milhões de clientes de telecomunicações e 38 milhões de assinantes do serviço de televisão.

Já a Time Warner, que detém ainda a TBS e TNT, também tem uma participação no serviço de streaming Hulu e só a HBO (canal pago) tem 130 milhões de clientes pagantes.

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Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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