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Banca vai aumentar investimento em compliance em mais de 10%

De acordo com um novo estudo da Accenture, 65% dos bancos e organizações do mercado de capitais prevêem aumentar o seu investimento em gestão de risco e compliance em cerca de 10% ou mais nos próximos dois anos, ao mesmo tempo que tentam manter e aumentar a relevância que esta área alcançou nos últimos anos.

Segundo os inquiridos no estudo “Compliance’s Seat at the Table – Hard to Earn, Hard to Retain” da Accenture, os investimentos em compliance ficam frequentemente aquém das expectativas, sendo necessário fazer mais esforços para aumentar a importância do compliance dentro da própria organização. 60% dos inquiridos referiram precisar de uma cultura de compliance mais forte, sendo que dois terços (67%) afirmaram que o compliance deve promover a colaboração com a administração da organização e 65% declararam que é preciso melhorar as relações com as entidades reguladoras.

Algumas empresas já modificaram a sua estratégia, propondo-se a aumentar a visibilidade da função de compliance, sendo que 71% dos inquiridos confirmaram que a sua equipa de gestão desta área reporta directamente ao CEO ou ao Conselho de Administração.

O estudo também revelou que a escassez de profissionais com competências de compliance acaba por ser um obstáculo para o sucesso de muitas das empresas. 34% estão à procura de talentos da área para contratar e 46% pretendem aumentar as suas equipas. Paralelamente, muitas outras organizações investem na formação dos seus colaboradores no sentido de aperfeiçoarem os seus conhecimentos.

“As empresas que atraem ou capacitam a sua força de trabalho podem beneficiar menos do que esperam, a menos que ofereçam planos de carreira atraentes aos profissionais de gestão de risco e compliance, que são fortemente procurados e que representam um conjunto relativamente pequeno de talento”, refere Steve Culp, Senior Managing Director da área de Finance and Risk Services da Accenture. “Os Centros de Excelência que têm como foco principal a contratação de gestores de compliance, oferecem oportunidades de carreira a profissionais desta área, ajudando as empresas a atrair, manter e motivar a combinação certa de talentos”, acrescenta.

85% dos entrevistados referiram que a integração dos novos colaboradores contratados é geralmente bem sucedida, mas que o nível de desgaste é bastante elevado. Como tal, metade deles (51%) contrata empresas de recrutamento e head-hunters para ajudá-los na identificação de candidatos e na elaboração de propostas de trabalho competitivas, tendo como objectivo aumentar as equipas de gestão de compliance. Ainda assim, a Accenture recomenda que se devem aumentar os esforços para incentivar estes profissionais a efectuarem investimentos a longo prazo na sua relação com a organização.

Para responder a objectivos estratégicos e acompanhar as mudanças que se aproximam, os gestores de compliance afirmaram estar já a investir noutras áreas como a análise e gestão de risco (53%). Além disso, a maioria dos inquiridos está a avaliar, planear ou já a investir em administração e fiscalização (91%), qualidade, gestão e arquitectura de dados, (89%), e na sua estrutura organizacional de compliance (88%).

“Embora as áreas de compliance sejam elogiadas pelas melhorias que estão a realizar, no futuro poderá haver algumas dificuldades, a menos que resolvam as suas preocupações sobre a cultura da empresa, comportamento e operações, e se posicionem para lidar com as constantes mudanças “, afirma Culp. “Os executivos terão de ser mais moderados a demonstrar o sucesso, a fim de protegerem futuros investimentos em novas contratações, ferramentas e tecnologia para aumentar o desempenho e executar a sua visão para a gestão de risco e compliance“, conclui.

Embora 68% dos programas de compliance apresentados no estudo não tenham mais do que cinco anos, muitos estão a progredir rapidamente através de investimentos em avaliações de desempenho que podem ajudá-los a analisar os resultados da sua gestão de compliance.

Paulo Matos

Jornalista há mais de 10 anos, é fanático por cinema, música e MMA. Após uma passagem pelo Ministério da Defesa, conciliou as paixões por tecnologia e escrita, especializando-se em TI, nomeadamente nas áreas de Canal e B2B.

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