BP e ISEL unem-se na gestão integrada de abastecimentos

A BP e o Instituto Superior de Engenharia de Lisboa uniram-se para combater a fuga sem pagamento nos postos de abastecimento através de um sistema integrado baseado no reconhecimento automático de matrículas.

COMBUSTIVEIS_BP_LUSAPedro Oliveira, presidente da BP Portugal, avançou recentemente que nos últimos dois anos o  número de clientes que se abastecem nos postos de combustível da empresa sem pagar aumentou 80 por cento. Torna-se por isso necessário encontrar uma saída para corrigir esse problema.

A solução para esse problema está na parceria com ISEL, que tem em vista o reforço da segurança no abastecimento na rede de postos da BP. Assim, as duas entidades assinaram um acordo de colaboração que, através do Grupo de Investigação Aplicada em Tecnologias e Sistemas de Informação, colaborará no desenvolvimento e no teste de uma solução de base tecnológica destinada à gestão de abastecimentos de veículos e ao controlo de pós-pagamentos na rede de postos da BP Portugal.

Esta solução ainda está em desenvolvimento e baseia-se no reconhecimento automático das matrículas. O objetivo final do projeto passa pelo aumento da monitorização dos possíveis infratores nas várias redes dos diversos operadores de mercado, de forma a aumentar a segurança dos clientes dos postos de abastecimento e dos colaboradores que neles trabalham.

Se as petrolíferas que operam no mercado nacional instalarem na sua rede de postos este software, as situações irregulares ocorridas num abastecimento efetuado serão detetadas num abastecimento seguinte.

De acordo com o presidente da BP, as fugas só não aumentaram ainda mais porque cerca de 90 por cento dos postos da marca nos grandes centros urbanos já dispõem do sistema de pré-pagamento. No entanto, o pré-pagamento limita o consumo e cria uma relação de desconfiança com o cliente.

Pedro Oliveira não deixou de sublinhar o empenho da BP Portugal em encontrar outro tipo de soluções que reforcem a segurança dos postos e reduzam o impacto das fraudes.

O Projeto Hórus é o primeiro a ser desenvolvido pela Politec&ID (Associação para o Desenvolvimento de Conhecimento e Inovação), enquanto rede de criação de valor promovida pelo Instituto Politécnico de Lisboa e por diversas empresas, entre as quais se inclui a BP Portugal.

Segundo Luís Osório, professor-coordenador da área departamental de Engenharia de Eletrónica e Telecomunicações do ISEL, “o projeto Hórus, iniciado na rede de distribuição Galpgeste e agora estendido à rede de distribuição BP, pretende demonstrar uma gestão integrada de pagamentos quando existem abastecimentos em áreas de diferentes operadores através do desenvolvimento de um sistema colaborativo de tecnologias da informação e comunicação”.

A Associação Nacional de Revendedores de Combustíveis estima que, todos os dias e em todo o país, cerca de 750 clientes fogem das bombas de gasolina sem pagar. Isto é um problema que deve afetar cerca de 30 por cento da rede abastecedora.

Os truques mais utilizados por estes clientes são o recurso a matrículas falsas e a ocultação das matrículas nos veículos.