DES2106 | CIOs têm de ser facilitadores de negócio, não inibidores

No Digital Enterprise Show 2016, que começou hoje em Madrid, discutiu-se quais os desafios dos CIO neste mundo de transformação. A tal da transformação digital. Uma coisa parece certa para todos os presentes: o CIO tem de de tornar um sócio do negócio.

* em Madrid

Com o tempo, as Tecnologias da Informação têm vindo a mudar. Antes, estavam focadas no “cost efficiency”, nos sistemas “legacy”. Mas hoje já não é bem assim. Um CIO tem de ser um estratega, e tem de estar alinhado pelo negócio. Negócio que exige que as TI praticamente funcionem como um parceiro.

“Basicamente, a cultura das TI tem de mudar. Como CIO, temos de manter as relações com os parceiros, temos de explorar a natureza destas relações e há que tirar partido do que alguns dizem ser a era de ouro das TI”, disse Michael Krigsman, fundador da CxOTalk, no Digital Enterprise Show 2016 (DES) que está a decorrer em Madrid.

Num painel precisamente dedicado aos desafios dos CIO, Alfredo Surroca, da Accenture, admite que um desses desafios é conseguir executar em diferentes modelos da operação a tal transformação digital, mas, ao mesmo tempo, manter o core business.

Mais do que tudo, acrescenta Diego Segre, da IBM, o CIO tem de provar o seu valor no negócio, tem de provar que é um facilitador do negócio e não um inibidor.

“A computação em nuvem é uma tendência. Reparem que há uns anos, todos os bancos diziam que nunca iriam para nuvem. E agora de repente, todos de alguma forma têm uma estratégia para a cloud”.

Aliás, Diego Segre diz claramente que a nuvem não é o destino, é o veículo para onde queremos ir. O veículo para a transformação digital. “Não nos ponhamos místicos. Não vale a pena andarmos a dizer que vamos para a nuvem ou que nunca iremos para a cloud. Não faz sentido, é uma conversa quase sobre religião: não se tem esta discussão. Porque no futuro, tudo vai ser híbrido”.

Outro aspeto enaltecido por este responsável é que o mundo da computação programável está agora a chegar ao seu limite. “Necessitamos de sistemas cognitivos, capazes de entender o comportamento humano. De correlacionar e aprender de novas fontes, como comportar-se baseado em comportamentos anteriores e prever comportamentos futuros”.

Jorge Colotto, da HPE, admite que o mais lógico ao CIO é reportar ao diretor financeiro enquanto Moises Navarro, Advisory Services, diz que “o CIO tem de liderar a evolução e levar o negócio para a frente”.

Carlos Cordero, da  Fujitsu, diz que as tecnologias digitais estão a mudar o mundo, reconfigurando o negócio. “Mas o que é digital? Quer dizer diferente coisas para diferentes pessoas. Algumas empresas, como a Lufthansa, usaram o digital para mudar a sua relação com o cliente. Outros, como a Airbus, mudou as suas operações, digitalizou o seu negócio. Já a Tesla e a Philips apostaram no digital para promover a inovação. Para se tornarem mais inovadoras. Mas se formos a ver, a Uber ou Netflix aproveitaram a digitalização para criarem um novo modelo de negócio”.

Para Carlos Cordero, seja de que forma encaremos a a digitalização, esta muda a forma como funciona uma organização e como cria valor. “A transformação é uma metamorfose. Não é cosmética”.

Uma coisa parece certa para todos os presentes: o CIO tem de de tornar um sócio do negócio.