Esta revolução em termos de velocidade na partilha de conteúdo procura fazer face às necessidades na área das telecomunicações que vão precisar de resposta nos próximos anos. Prevê-se que já em 2020, a procura por conteúdo e serviços de banda larga tenha crescido de tal forma que a necessidade de existirem taxas de dados de múltiplos gigabits por segundo para comunicações de curto alcance seja uma realidade.
O fator de maior diferenciação das demonstrações que foram feitas no âmbito do projeto europeu iBROW (Innovative ultra-BROadband ubiquitous Wireless communications through terahertz transceivers) foi o uso do RTD como interface entre o domínio da fibra ótica e o domínio das comunicações sem fios.
Testados nos laboratórios da Universidade de Glasgow a uma frequência de funcionamento de 300 giga-hertz e nos do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) a 100 giga-hertz (os valores normais no
wi-fi variam entre 2.4 ou 5 giga-hertz),o que falta para os RTDs produzidos serem colocados no mercado é um processo de industrialização da tecnologia. O vídeo com uma demonstração, realizada no laboratório do INESC TEC, pode ser visto aqui:
https://www.youtube.com/watch?v=4gjaVpJQrkg
“Num futuro próximo, entre 5 a 10 anos, vai ser possível colocar estes microchips em dispositivos, como por exemplo, telemóveis. As condições para o seu fabrico foram criadas neste projeto de investigação e desenvolvimento, mas as universidades e institutos de investigação não têm capacidade para fabricar estes circuitos integrados em série, isso tem que partir da indústria”, explica Luís Pessoa, investigador do Centro de Telecomunicações e Multimédia do INESC TEC.
O projeto iBROW foi coordenado pela Universidade de Glasgow, e contou com dois parceiros portugueses, o INESC TEC e a Universidade do Algarve; mais quatro instituiçõesdo Reino Unido, para além do coordenador, a Vivid Components, IQE Silicon Compounds, Compound Semiconductor technologies global limited e Optocap; duas entidades alemãs, a Nokia Solutions and Networks e a Universidade Técnica de Braunschweig; e dois parceiros franceses, III-V Lab e Commissariat a L Energia Atomique et aux Energies Alternatives.
O projeto iBROW foi financiado ao abrigo do programa de investigação e desenvolvimento da Comissão Europeia H2020.