ENTREVISTA DA SEMANA | Veeam faz em minutos o que os outros fazem em horas

O ano passado, em território luso, a Veeam aumentou o número de clientes em 200, o que representou um crescimento de 118%. Hoje, são cerca de mil os clientes que esta empresa suíça reclama ter no nosso país.

Aliás, Jorge Vázquez, o country manager para Portugal e Espanha, garante haver poucas empresas com o crescimento da Veeam: “Temos183 mil clientes e cerca de dois mil funcionários. Protegemos 10,6 milhões de máquinas virtuais em 200 países”.

Os números da realidade da Ibéria também não deixam de ser simpáticos: 5772 clientes, com 1381 parceiros, tendo igualmente o número de licenças vindo a crescer. Entre 2014 e 2015, por exemplo, esse crescimento foi de 23%.

E se é certo que a estratégia de atuação da empresa no nosso país é através do canal, Jorge Vázquez confessou haver agora algum interesse em uma presença direta nomeadamente nas grandes contas, como banca, seguros, telecomunicações, serviços financeiros e grandes empresas de serviços. Mas mesmo aqui, há parceiros envolvidos. “Trabalhamos de uma forma proativa. Vamos ao cliente, falamos com o CIO, mas mesmo aqui vamos acompanhados de parceiros”.

Aliás, as grandes contas, o fornecimento a grandes clientes é uma área bastante apetecível para Jorge Vázquez e onde, diz, há ainda muito para fazer. “Somos uma empresa jovem e continuamos a investir. Há ainda muito mercado para conquistar”.

Quanto à Administração Pública, é sempre interessante, diz o executivo. E importante. A empresa está já presente nesta área quer em Portugal, quer em Espanha, sobretudo ao nível de ministérios. No entanto, Jorge Vázquez diz que neste tema “há ainda muito que evangelizar e trabalhar para que, quando o organismo tenha capacidade de investimento, os parceiros adequados estejam presentes. Não temos a capacidade de integração total pelo que trabalhamos com alianças estratégicas para chegar ao mercado do setor público”.

Fazemos as coisas de forma diferente

Uma das coisas que a Veeam apregoa é que faz as coisas de forma diferente. O que é isso? Jorge Vázquez explica. Basicamente, a empresa não está interessada nas funcionalidades de backup. Está, antes, interessada nas funcionalidades de disponibilidade das aplicações e informação. “O que nos diferencia é que não trabalhamos dentro de um ambiente virtualizado. Trabalhamos fora. Temos a capacidade de trabalhar continuamente com a máquina virtual sem afetar as aplicações em produção. Temos a capacidade de recuperar em minutos dados que em outras plataformas, de outros grandes concorrentes, demoram horas. As nossas cópias não são meras cópias, são sistemas completamente produtivos onde, de uma forma automatizada, se não estiver disponível o sistema original pode colocar em produção o sistema copiado. Temos a capacidade de poder aceder ao sistema anos atrás sem ter de recuperar todo o sistema, simplesmente entramos na cópia com exploradores que nos permitem recuperar informação de correio, informações de bases de dados, transações, faturas, utilizadores que já não estão na empresa. Tudo isto sem custo de hardware. Por isso dizemos que fazemos as coisas de forma diferente”.

Basicamente, a empresa reclama que consegue a recuperação da informação em substancialmente menos de metade do tempo dos seus concorrentes e sem custos adicionais. Aliás, no caso de uma empresa ibérica de fabrico de peças automóveis, o cliente, com o software que tinha, demorava 12 horas para recuperar a informação. Em um teste piloto realizado com a Veeam, demorou oito minutos. Quanto pagou mais por este aumento de disponibilidade? Jorge Vázquez garante que o cliente pagou pela solução Veeam o mesmo que gastava na manutenção do seu anterior sistema. “No final, estamos não tanto focados na segurança dos dados, mas antes na segurança do sistema e na disponibilidade do sistema. Na Veeam não falamos de backups. Falamos de disponibilidade”.

Claro que continuaremos sempre a ter nas empresas “layers” de prioridades de disponibilidade de informação. Haverá sempre os dados que terão de estar acessíveis mais rapidamente do que outros e isso cria, obrigatoriamente, um custo à empresa. “Depende muito do negócio, da estratégia e dos anos de informação que as empresas quiserem ter disponíveis”.

Cloud é valor

A Veeam está a investir fortemente em cloud que, para Jorge Vázquez, hoje tem de ser potenciado. “Há que dar-lhe valor”, disse. “Há que ter a capacidade de fazer um disaster recovery na cloud ou poder fazer uma cópia de segurança na cloud”. Aliás, os produtos Veeam têm incluídos um conector cloud, sem custo para o cliente, diz o executivo. “Este conector vem permitir ao cliente encetar uma estratégia 3-2-1. Ou seja, três cópias, em dois diferentes centros e uma fora das duas instalações. O que vai permitir ao cliente utilizar instalações externas na nuvem, pública ou privada, e desta forma, trabalhar em um ambiente aberto”.

Para isto garantir tudo isto, a empresa tem alianças estratégicas com grandes players, como por exemplo a Microsoft. “Azure é a nossa plataforma natural para podermos trabalhar com o nosso produto”.

Quanto aos negócios que conquista, Jorge Vázquez diz que sente serem, sobretudo, de plataformas que atingem o seu limite tecnológico. E uma coisa nos garantiu: “recordo com os dedos de uma mão as oportunidades que perdi. Às vezes o complicado é os clientes acreditarem que conseguimos fazer em minutos o que outros demoram horas. E por isso apenas peço que nos deixem fazer um teste-piloto. E garanto-vos que ganho o contrato”.

Susana Marvão

Jornalista especializada em TIC desde 2000, é fã incondicional de todo o tipo de super-heróis e da saga Star Wars. É apaixonada pelo impacto que as tecnologias têm nas empresas.

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