ESPECIAL | EMC: Investimento em cloud, seja privada, pública ou híbrida, tem aumentado significativamente

O aumento do número e tipos de empresas a adotarem modelos de cloud computing tem sido significativo. Diz António Jerónimo, pre-sales team leader da EMC Portugal, que as empresas, devido à crise económica dos últimos anos, foram impulsionadas a reduzir os custos e aumentar a agilidade dos seus negócios, o que terá levado a um aumento significativo da procura dos serviços de cloud computing.

O tema governança é, hoje, a principal dúvida das empresas quando pensam a sua abordagem ao cloud computing? Que outras dúvidas assolam os vossos clientes?

A governança é, efetivamente, um dos pontos a ter em consideração quando se considera uma solução de cloud Computing, mas não consideramos que seja a dúvida principal. As principais dúvidas, ou mesmo receios, que assolam os nossos clientes continuam a ser questões relacionadas com a segurança e a proteção dos dados na cloud, em particular na cloud pública.

A falta de mecanismos eficazes de proteção dos dados na cloud e a potencial ineficácia dos processos de recuperação dos dados são também uma preocupação relevante para a grande maioria dos clientes. Além deste aspeto, destacamos também a falta de transparência que por vezes está associada a ofertas públicas de cloud, nomeadamente a nível do cálculo de custos, considerando uma análise a médio ou longo prazo. Ou a indefinição relativa a formatos e standards que possibilitem uma migração de dados, aplicações ou serviços entre fornecedores distintos.

Por exemplo, existem normas suficientes para suportar o movimento de dados de uma plataforma de cloud computing para outra?

Como já referido anteriormente, este é um dos aspetos mais preocupantes para os clientes. Muitas das ofertas de cloud são baseadas em formatos proprietários e fechados. Este facto pode resultar numa elevada dificuldade caso se pretenda migrar entre clouds de fabricantes distintos com tecnologias diversas. Começam a surgir algumas ofertas de terceiros que poderão de alguma forma facilitar a transferência entre provedores de serviços na cloud, no entanto os clientes devem estar bastante atentos a esta limitação.

Sem esquecer que muitas vezes são os próprios modelos de licenciamento na cloud pública que podem funcionar como um travão à migração, podendo acarretar elevados custos, incomportáveis para muitas organizações.

A IDC (International Data Corporation) divulgou uma pesquisa na qual expressa que no primeiro trimestre do ano passado os investimentos globais em cloud eram cerca de 26%, enquanto que o mesmo número, quando se trata de investimentos na infraestrutura física, aumentaram 6,1%. Confirmam esta tendência?

Definitivamente. O investimento em cloud, seja privada, pública ou híbrida, tem aumentado significativamente nos últimos trimestres. Um estudo realizado por analistas em 2015 indica que 88% das organizações têm uma estratégia definida para a adoção de cloud. Este fato é revelador da importância da cloud na estratégia de TI. Este mesmo estudo indica que em média 39,9% dos orçamentos de TI das organizações são alocados para serviços cloud.

As consultoras advogam ainda que a adoção da nuvem em larga escala e a concorrência entre os fornecedores das tecnologias tem diminuído o custo da nuvem privada. Corroboram esta opinião?

É um facto que o mercado das soluções de TI para implementação de cloud privada é muito competitivo, tanto os grandes fabricantes de TI como um vasto número de startups disponibilizam este tipo de soluções, o que obviamente tem contribuído para uma forte diminuição do custo da implementação de cloud privada.

Outro facto importante para esta redução de custo está relacionado com a concorrência entre os fornecedores/fabricante de tecnologia e os fornecedores de cloud pública. Os grandes fornecedores de cloud pública, como a Amazon, a Google, a Microsoft, etc, são um forte concorrente dos fabricantes de tecnologia.

O que tem vindo a mudar, em Portugal, na adoção do cloud computing por parte das empresas?

O aumento do número e tipos de empresas a adotarem modelos de cloud computing tem sido significativo. As empresas, devido à crise económica dos últimos anos, foram impulsionadas a reduzir os custos e aumentar a agilidade dos seus negócios, o que terá levado a um aumento significativo da procura dos serviços de cloud computing.

O aumento da oferta de serviços de cloud computing disponibilizados por Service Providers nacionais terá também contribuído para um aumento da confiança nos mesmos e um consequente aumento na sua adoção.

2016 vai ditar a “morte” das nuvens públicas empresariais?

De todo, acredito que em 2016 continuará a aumentar a adoção de nuvens públicas empresariais. No entanto, é importante referir que se prevê que a adoção de cloud privadas tenha um aumento ainda maior.

Mais do que uma guerra pelas infraestruturas, agora vamos ter uma verdadeira luta pelas aplicações?

A adesão ao Software as a Service (SaaS), ou seja aplicações que são alojadas por um Service Provider na cloud, é definitivamente o futuro das clouds prevendo-se que este tipo de serviços tenha um dos maiores crescimentos nos próximos anos. Segundo a Gartner, em 2018 o SaaS tornar-se-á o serviço de cloud mais utilizado.

A cloud é uma excelente solução para quem desenvolve aplicações, apresenta baixos custos e suporta estratégias de rápido go-to-market. Outra mais-valia de alojar as aplicações na cloud prende-se com a facilidade de acesso às mesmas, podendo este ser feito a partir de qualquer local e de qualquer dispositivo.

O que distingue a vossa abordagem à cloud dos restantes players?

A abordagem da EMC à cloud passa por ajudar os nossos clientes a identificar qual o melhor modelo de cloud (privada, publica ou híbrida) para as suas aplicações tendo por base as características das mesmas.

Através da nossa sofisticada plataforma automatizada Adaptivity e tendo por base as melhores práticas, a EMC ajuda as organizações a identificar que aplicações e informação são apropriadas para a cloud e que modelo de cloud melhor se adequa a cada caso. A abordagem da EMC envolve a análise de cada ativo e a sua possível migração para a cloud sob quatro perspetivas: alinhamento das aplicações ao negócio, adequação das aplicações à cloud, posicionamento das aplicações em relação ao modelo de cloud e impacto financeiro.

Que percentagem do vosso negócio é já conquistado através deste modelo?

A EMC não divulga dados detalhados sobre resultados ou faturação por sector de atividade. Podemos, no entanto, dizer que, devido aos fortes investimentos e aquisições efetuadas nos últimos anos, esta área tem já um peso bastante significativo no nosso negócio. A nível mundial, as soluções de Enterprise Hybrid Cloud resultam numa faturação anual de vários milhares de milhões de euros.