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ESPECIAL | IBM: Modelos híbridos permitem balancear os fatores económicos

O tema governança é, hoje, a principal dúvida das empresas quando pensam a sua abordagem ao cloud computing? Que outras dúvidas assolam os vossos clientes?
As organizações procuram de uma forma crescente a adoção de modelos cloud, tendo esta adoção vindo a evoluir de modelos privados para modelos híbridos. 
Mas quando falamos de clouds híbridas não se trata apenas de ligar uma cloud aos sistemas on-permisses, trata-se, de facto, de ligar clouds entre si, dado que alguns dos processos e aplicações correrão transversalmente ao longo de múltiplos ambientes de cloud. 
Como tal, a implementação destes modelos mais complexos revela importantes desafios que estão de uma forma cada vez mais clara na cabeça dos nossos clientes. O primeiro de que podemos falar é a integração, designadamente no que se refere ao desenvolvimento de aplicações que permitam a ligação a dados que as empresas possuam em diferentes sistemas ou a outro serviço que necessite e que esteja a correr noutra cloud. 
De seguida, a visibilidade e controlo. A empresa têm que saber o que se passa, por forma a poder automatizar e instrumentalizar, uma vez que as interações que ocorrem podem criar dados valiosos passíveis de serem transformados em informação válida para melhorar ainda mais os processos de negócio. Mas também deve permitir a monitorização, não só ao nível da infraestrutura, mas de todo o processo em si. 
Por outro lado, não menos importante, a segurança, o tema mais questionado por todos. Na verdade, os ambientes de cloud são geralmente mais seguros do que a infraestrutura tradicional existente, porque foram desenhados já com essa premissa, sendo necessária uma visão completa da segurança em cada ponto de interação. 
Um desafio adicional é o tema de DevOps. O mundo está em constante mutação. Temos smartphones que atualizam as aplicações durante a noite. A exigência de automação, de atualizações, de novas funcionalidades e de novas apps é crescente. Os developpers necessitam de ferramentas para suportar este novo mundo. 
Outro desafio ainda é a portabilidade, embora alguns fornecedores o minimizem. Nem todas as clouds são criadas de forma igual. É necessário trabalhar sobre standards abertos de forma a poder ter a liberdade de movimentar os workloads, disponibilizando a produtividade e o valor onde faz mais sentido. 
E, por fim, o desafio da localização dos dados e da sua gestão. Quando lidamos com volumes de dados significativos, criados pelas aplicações que já existem, temos de ter a capacidade de os gerir e movimentar. 

Por exemplo, existem normas suficientes para suportar o movimento de dados de uma plataforma de cloud computing para outra?

A portabilidade começa a ser um tema premente. Se até há pouco tempo a preocupação era encontrar fornecedores com uma tecnologia adequada aos requisitos de uma infraestrutura de cloud, hoje, e cada vez mais, o tema da portabilidade é uma preocupação dos clientes. Sabemos que já existem normas que permitem assegurar a portabilidade, a questão é a vontade dos diferentes players em abdicarem de soluções que fomentam o lock-in, optando por outras que permitam uma maior flexibilidade e uma maior liberdade de escolha aos seus clientes. A IBM tem investido na adoção e desenvolvimento de open standards também na área de cloud. E, mais do que manifestar esta intenção, temo-lo demonstrado nas nossas soluções baseadas em open standards. Dando dois exemplos claros na área da Cloud da IBM, temos a Softlayer, a nossa plataforma de IaaS, baseada em openstack, e a nossa plataforma de inovação IBM Bluemix, baseada em Cloud Foundry. 
Adicionalmente, tornámos pública em fevereiro último uma parceria com a VMWare para garantir a mobilidade de workloads entre clouds de forma transparente e assente nos princípios de Software-defined data center (SDDC).

A IDC (International Data Corporation) divulgou uma pesquisa na qual expressa que no primeiro trimestre do ano passado os investimentos globais em cloud eram cerca de 26%, enquanto que o mesmo número, quando se trata de investimentos na infraestrutura física, aumentaram 6,1%. Confirmam esta tendência?

Em 2016, tal como em 2015, mantém-se uma tendência de aceleração na adoção de cloud. Se num momento inicial a adoção de cloud foi motivada por custo e eficiência, em que se procurava capacidade computacional e de armazenamento a baixo custo, cada vez mais o investimento tem por base a inovação. Neste momento, a cloud é a plataforma de eleição para novos projetos, permitindo a criação de novos modelos de serviços, aplicações e processos. Fruto de tudo isto, no ano de 2015 o revenue de cloud da IBM cresceu 57%. 

As consultoras advogam ainda que a adoção da nuvem em larga escala e a concorrência entre os fornecedores das tecnologias tem diminuído o custo da nuvem privada. Corroboram esta opinião?

Na verdade, a adoção de cloud em mais larga escala está ligada à utilização crescente de modelos híbridos, uma vez que estes permitem balancear os fatores económicos, a flexibilidade e especificidades (por exemplo segurança) em função das necessidades reais de cada workload. Detalhando em concreto a questão económica, para uma organização que tenha ativos físicos ainda não amortizados (centro de dados, servidores ou storage), poderá fazer sentido fazer investimentos em ferramentas de software para criar funcionalidades cloud num modelo privado, criando, no entanto, um modelo de custos fixos e obtendo apenas os benefícios de flexibilidade técnica. Alternativamente, uma organização que necessite fazer investimentos de renovação tecnológica no curto prazo, deverá analisar a opção de evitar esses investimentos selecionando serviços cloud, beneficiando deste modo de uma efetiva flexibilidade a nível da utilização do Hardware e Software. É verdade que no caso de clouds privadas assistimos a uma diminuição dos custos aquando da sua implementação ou renovação, mas essa diminuição é promovida pela evolução tecnológica, pela redução do custo vs performance, pela crescente evolução das capacidades das ferramentas de orquestração ou pela adoção de standards. 

O que tem vindo a mudar, em Portugal, na adoção do cloud computing por parte das empresas?

Em 2016 continuamos a assistir a uma fase de aceleração na adoção de cloud, cada vez mais com foco na inovação. Neste momento, a cloud é a plataforma de eleição para novos projetos, permitindo a criação de novos modelos de serviços, aplicações e processos. E muitas empresas em todas as indústrias têm vindo a conseguir causar disrupções no mercado tirando partido dessa inovação.
Também por isso, antevemos para 2016 que os pedidos dos clientes comecem a passar gradualmente do foco na otimização operacional, como no caso da renovação tecnológica dos workloads com maior variabilidade (ambientes web, desenvolvimento, recuperação de desastre…), para um maior foco na otimização dos processos e de valor para o negócio. Temas como analítica avançada, processos cognitivos ou a Internet of Things aparecerão cada vez mais indissociáveis da adoção de Cloud. Se quisermos falar em modelos, a hibridização da Cloud já é uma realidade, com uma adoção crescente da componente de cloud pública, verificando-se uma crescente evolução de modelos de infraestrutura como um serviço (IaaS) para modelos de maior valor tais como Platform as a Service (PaaS) ou Software as a Service (SaaS).

2016 vai ditar a “morte” das nuvens públicas empresariais?

A adoção de modelos de cloud estará sempre ligada à sua adequação aos workloads em causa. Nem todos os workloads são iguais, nem os modelos de prestação são comuns em todas as situações. O importante é pensar nos workloads específicos e o que se pretende cumprir com esses workloads. Esta é a componente que deve determinar o modelo de serviço mais adequado. Da nossa experiência, são necessárias opções abertas e consistentes ao longo do espectro de cloud para as diversas necessidades das aplicações e dos dados. Não há one size-fit-all. O adequado pode não ser nem uma cloud privada, nem uma cloud pública, mas uma combinação das duas… uma cloud híbrida, tirando partido das características de cada uma das suas componentes.

Mais do que uma guerra pelas infraestruturas, agora vamos ter uma verdadeira luta pelas aplicações?

Como referido anteriormente, para além da adoção de cloud que é um enabler para as organizações que procuram flexibilidade, dada a agilidade proporcionada e o modelo de pagamento associado ao consumo, a evolução da adoção de cloud passa não apenas pela vertente da otimização dos seus custos, associada tradicionalmente a modelos de IaaS, mas também como alavanca de crescimento para o seu negócio. É aí que se joga a diferenciação e o valor dos fornecedores de cloud, na disponibilização de enablers de valor através de modelos de plataforma como um serviço, como o IBM Bluemix, ou software como um serviço. O papel da cloud vai continuar a ganhar maturidade. Há que destacar neste ponto as inúmeras aquisições que a IBM tem efetuado para reforçar os temas de Cognitive Computing/Watson, Analytics ou IoT, só para dar alguns exemplos, e que tem vindo a disponibilizar através de APIs no IBM Bluemix para utilização pelo ecossistema de developpers. E podemos dar alguns exemplos,  como a aquisição pela IBM da The Weather Company para complementar o seu portefólio de APIs de IoT … ou as mais de 50 APIs do Watson disponibilizadas na área de computação cognitiva. A cloud está a tornar-se gradualmente na plataforma de inovação e geração de valor da organização, mais do que um mero enabler de funcionalidades de computação.

O que distingue a vossa abordagem à cloud dos restantes players?

A IBM é a única empresa que permite uma experiência simultânea nos modelos privados e públicos de cloud, e que pode ajudar a minimizar a complexidade dos modelos de cloud híbrida. Não somos nós que o dizemos, é o mercado. A IBM foi considerada pela consultora Synergy Research como líder em 2015 para ambientes de cloud privada e híbrida. O relatório da Synergy Research no que respeita a Infrastructure-as-a-Service, a Platform-as-a-Service, e a ambientes de cloud híbrida e privada, confirma claramente a posição da IBM como um dos líderes de mercado nestas áreas, o que se traduz numa vasta experiência no suporte a implementações híbridas simplificando os problemas destas implementações. Por detrás existe um extenso e consistente portefólio de soluções assentes não só em standards abertos, nomeadamente o Openstack e o Cloudfoundry, como de mercado, comprovado pelo recente anúncio com a VMWare, para garantir a mobilidade de workloads entre clouds anunciado para a Softlayer, ou a disponibilização de Docker Containers no IBM Bluemix. 
O portefólio de Cloud da IBM é suportado por 46 centros de dados de Cloud em todo o mundo – incluindo um em Lisboa -, uma plataforma de inovação, o IBM Bluemix, com dezenas de APIs em áreas como Watson/Cognitive, Analytics, IoT ou Mobile, tanto da IBM como dos parceiros do nosso ecossistema. E ainda por um extenso portefólio de soluções de software nas áreas de integração e orquestração, para que os nossos clientes, sejam startups ou organizações mais tradicionais, possam tirar partido de todas as potencialidades das clouds híbridas que possuem.

Que percentagem do vosso negócio é já conquistado através deste modelo?

Em 2015 o revenuede Cloud atingiu os 10,2 mil milhões de dólares, o que representa mais de 12% da faturação da IBM em termos globais, crescendo 57% em relação ao ano anterior, dos quais 5,3 mil milhões de dólares são referentes a modelos as a service.

Susana Marvão

Jornalista especializada em TIC desde 2000, é fã incondicional de todo o tipo de super-heróis e da saga Star Wars. É apaixonada pelo impacto que as tecnologias têm nas empresas.

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