ESPECIAL | Mind Source: empresas estão preocupadas com confidencialidade na cloud

Tem-se assistido por parte de empresas portuguesas a uma progressiva adoção do cloud computing, em especial de clouds híbridas. O que deriva da necessidade das empresas recorrerem a diferentes modelos tecnológicos, necessários para responder aos requisitos diferenciados consoante a evolução do seu negócio (time-to-market), diz Paulo Pereira, associate technical director da Mind Source.

Diz este responsável que a principal dúvida das empresas quando pensam na sua abordagem ao cloud computing prende-se essencialmente com a garantia de confidencialidade da informação que é disponibilizada na mesma. “Para muitas empresas, o seu ativo mais valioso são, muitas vezes, os seus dados, sendo que estes são particularmente vulneráveis. Abrir mão do controlo sobre os dados e dos recursos de TI que o suportam é provavelmente o maior entrave na abordagem ao cloud computing”.

Questionado sobre se, hoje, existem normas suficientes para suportar o movimento de dados de uma plataforma de cloud computing para outra, Paulo Pereira assume que as normas para suportar a interoperabilidade entre aplicações e suportar o movimento de dados de uma plataforma de cloud computing para outra não são suficientes, assim como a inexistência de normas para governança em cloud, que é uma área com necessidade de evolução.

“Atualmente existem alguns grupos e organizações que agregam vários fornecedores, como Open Group, interessados em especificar normas/standards que permitam o movimento de dados entre plataformas de cloud. Estas normas ainda se encontram numa fase inicial de adoção, existindo ainda alguma resistência por parte dos maiores fornecedores nesta área (Amazon, Microsoft, Google)”.

Aliás, Paulo Pereira é da opinião que para muitos dos responsáveis da área de IT cloud computing os investimentos em cloud deixaram de ser uma opção vaga e passaram a ser uma opção de eleição. “Segundo o estudo Tendências na gestão de ambientes cloud computing, realizado pela IDC Portugal, foi possível aferir que mais de metade das organizações já procederam à implementação destes serviços em modelo privado, e cerca de metade já adotaram estes serviços em modelo hosting. Em concreto, mais de 42% das empresas nacionais já procederam à contratação de serviços públicos de Cloud computing”.

“Segundo os vários estudos publicados e a análise de mercado, tem existido uma sucessiva diminuição de preços/custos, seja com o aumento do número de fornecedores pela expansão da escala, tendo em conta a adoção destas soluções por parte de um maior número de empresas, ou com a adoção de uma estratégia race to zero por parte dos grandes players, pela denominação do setor (como é o caso Amazon)”.

Diz ainda este responsável que abrir mão do controlo sobre os dados e recursos de IT pode ser considerada a grande desvantagem de recorrer a nuvens públicas. Como tal, a segurança dos dados é, muitas vezes, uma das questões que subsiste para os gestores de TI quando as empresas consideram opções de armazenamento de dados alternativos.

“Tendo em conta o cenário empresarial, a escolha da nuvem pública implica que a infraestrutura esteja fora do seu controlo e, em muitos casos, geograficamente distante, o que para a maioria das culturas empresariais representa uma heresia. A estas questões podem-se adicionar outros tipos de acontecimentos, como a resolução de problemas na infraestrutura em tempo útil. As nuvens públicas fazem sentido nos cenários intrinsecamente ligados aos consumidores individuais e para pequenas empresas, que não têm margem para deter recursos próprios e adequados na gestão de infraestruturas de IT ou no caso das médias e grandes empresas para serviços não essenciais”.

O responsável, que acredita que a luta pelas aplicações será o caminho normal para a obtenção de maiores margens de lucro, explica que a abordagem à cloud pela Mind Source traduz-se na apresentação de soluções suportadas em clouds que permitam um acesso rápido, ininterrupto e fácil possibilitando a escalabilidade das soluções e rentabilização do investimento.

“Por forma a garantir que todos os requisitos dos nossos clientes são endereçados, procuramos aliarmo-nos a parceiros estratégicos neste segmento de acordo com a preferência de software do cliente. A segurança da informação é já assegurada pelos fornecedores do software, eliminando uma das barreiras à adoção da cloud e incentivando as empresas a darem o passo em frente”.