Exclusive Networks gere Península Ibérica como um único território

São cada vez mais as empresas de TI que olham para Portugal e Espanha como um único território. A Exclusive Netwotks, empresa especializada nos mercados de segurança, redes, infraestrutura e soluções de armazenamento, há um ano que o faz. Laurent Daudré-Vignier, general manager da Exclusive Networks, explicou à “B!T” que a mobilidade que hoje existe garante uma efetiva presença dos recursos quando necessários. Além de que a diferença entre os clientes dos países é que em Portugal basicamente se fala melhor inglês. De resto, são iguais, garante o diretor.

Laurent Daudré-Vignier25

Neste momento, em termos de decisão, a Exclusive Networks é uma estrutura ibérica. Isso veio alterar de alguma forma a vossa estratégia de negócio?

Há mais de um ano que a Península Ibérica é gerida como um único território sob a responsabilidade de um único COO (Santiago Arellano) que reporta para o Managing Director (Laurent Daudré-Vignier). Este grande e heterogéneo território está dividido em três regiões (Este, Central e Oeste). Em cada região, a Exclusive Networks tem pelo menos um sales director, um pre-sales engineer e um sales assistant). Em Madrid, estão localizados os serviços centrais como logística, faturação, booking e financeiro. Ao nível do grupo, cada subsidiária Exclusive Networks tira partido de sistemas TI e do Central Support Center (UK) para revendedores e End-Users. A nossa estratégia a médio/longo prazo vai manter-se na mesma.

Porque optaram por não substituir o cargo deixado por Sónia Casaca, a antiga responsável pelo mercado nacional?

Sim, a Sónia Casaca foi substituída por Elizabeth Alves, que assume desde a partida da Sónia o papel de Regional Sales Director.

Neste momento qual a estrutura da Exclusive Networks no nosso país?

Como referido, a Exclusive Networks olha para a Península Ibérica como uma região. Na região Ibérica, a Exclusive Networks tem 31 funcionários, que correm as várias regiões e capitais para promover e oferecer soluções de valor acrescendo. A força da Exclusive Networks Ibéria é ter uma equipa de nove pre-sales engineers orientados para o cliente final. Se, ou caso for, preciso, viajam. O managing director da Exclusive Networks Ibéria também tem um papel ativo nesta estratégia com um grande enfoque em Portugal.

SM – Os desafios têm vindo a alterar-se? Hoje o que mais vos preocupa?

LDV – Sim, desde há alguns anos que os mercados de segurança de TI tradicionais moveram-se para o mercado de CyberSecurity e esta mudança redistribuiu as cartas do mercado. Os clientes necessitam de uma maior visibilidade de forma a saberem melhor o que está a acontecer ao nível das aplicações e dos utilizadores e chegam à conclusão que o que quer que invistam em defesa, a mesma continuará a poder ser quebrada. É por isto que é importante ter uma aproximação tripla baseada em proteção, deteção e reação, e não apenas em proteção, o que era o caso quando o mercado era orientado às redes de TI. Neste caso, a proposta de valor da C.A.R.M. da Exclusive Network é única. A aceitação desta iniciativa é muito importante e representa um forte diferenciador comparado com outros distribuidores de segurança de TI. É importante sublinhar que a Exclusive Networks tem atualmente as soluções Best of Breed no seu portfólio. Todos os relatórios independentes como os da Gartner e da Goldman Sachs, entre outros, demonstram que estamos a caminhar na direção certa e de que não temos qualquer motivo para nos preocuparmos.

As fugas de dados continuam a existir…

As fugas de dados causam medo dentro das empresas.  Como resultado, tudo o que é estratégia de segurança de uma empresa esteve sempre direcionada para que estas falhas não aconteçam. A verdade inconveniente é de que as falhas continuam a acontecer. Na verdade, as fugas de dados estão a tornar-se mais frequentes e mais severas. Para usar uma analogia: parece que, independentemente das precauções de saúde que se tenham, os pacientes irão sempre ficar doentes.

Como tal, temos de aceitar que não é um caso de “se” uma empresa irá sofrer fugas de dados como resultado de um ciberataque, mas simplesmente de “quando”. É apenas uma questão de tempo…

As fugas podem ser maliciosas ou não-maliciosas, mas qualquer que seja a intensão, qualquer exposição ou roubo de dados empresariais, disrupções operacionais ou ‘impacto na marca’ pode ser muito dispendiosa. O custo de uma fuga é medido em termos de valor dos dados visados, dos recursos gastos a detetar e a responder aos ataque, às multas regulatórias e ao decréscimo das receitas das vendas relacionadas com a interrupção do negócio.

A questão-chave para qualquer empresas é perguntar a si mesma: como minimizar o impacto da fuga, e qual a estratégia a implementar para atingir esse fim?

Em que é que, hoje, as empresas ainda estão disponíveis para investir, obviamente falando apenas nas TI?

Atualmente, as “yes companies” continuam a investir em TI mas de uma forma diferente. As soluções tecnológicas evoluíram e novos fabricantes, como a Palo Alto Networks, FireEye, Bit9, Mandiant, Darkface, etc., surgiram em cena. A experiência demostra que é muito difícil para um fabricante evoluir e sair do seu core business. Exemplos recentes, como a Nokia ou Kodak, são disso exemplo. Para a Exclusive Networks é uma grande oportunidade e os resultados da empresa dizem isso mesmo. Para grandes empresas e Administração Pública, os ciberperigos e desafios nunca tiveram tão altos.

As empresas já estão mais habilitadas a investirem na segurança dos seus dados? Ou ainda mantemos o “velho” só depois de casa roubada é que há trancas à porta?

 Os grandes ativos das companhias são os seus dados. As regulamentações para alguns segmentos de mercado verticais são importantes e os utilizadores têm de cumprir com os mesmos. A privacidade é essencial para manter a confiança entre os fornecedores e os clientes.

Relativamente às fugas, a realidade é que grande parte das empresas não sabem que as suas defesas foram quebradas. As estatísticas demonstram que normalmente levam mais de 240 dias a descobrir, e na maioria dos casos são aconselhadas por terceiros.

Diria que as empresas devem manter um bom equilíbrio entre a segurança de dados e a segurança de rede, tendo sempre em atenção ao orçamento e à realidade económica.

Que novos desafios à Exclusive Networks trouxe a cloud?

Os modelos de cloud computing abriram vários desafios. Por um lado, temos os nossos clientes que pedem soluções que responsam aos diversos modelos cloud existentes, pelo que para isto, temos no nosso portfólio diferentes soluções que permitem aos nossos clientes construir a sua própria infraestrutura cloud.

Por outro lado, vemos a necessidade de responder às preocupações relacionadas com segurança, privacidade, controlo e disponibilidade da informação nestes serviços cloud. Respondemos a estes requisitos com dois tipos de soluções: ou com serviços de segurança já disponíveis na cloud ou com soluções específicas avançadas que complementam a oferta já disponível de vários fornecedores cloud.

E o Big Data, qual a vossa estratégia e abordagem?

A Exclusive Networks tem abertas divisões de Big Data no Reino Unido, França e Benelux com o nome BigTec. Estes mercado europeus são maiores que o ibérico. Estamos dispostos a investir nesta direção dentro em breve, quando tivermos condições para ter os recursos certos que possam responder com eficiência a este mercado. Muito brevemente, a Exclusive Networks vai anunciar a sua proposta de valor em Big Data, transformação DC, Server and Desktop Virtualization, e Network Functions Virtualization, entre outras.

Hoje, qual o cliente tipo da Exclusive em Portugal e até que ponto difere, por exemplo, de Espanha?

Em Portugal, fala-se melhor o Inglês. Fora isso, não vemos grandes diferenças entre os dois países,

Como correram os primeiros três meses do ano de 2014 e como acreditam que vá evoluir o próximo trimestre?

Os resultados iniciais do primeiro trimestre estão acima o esperado e a curto/médio prazo não vemos razões para grandes mudanças. Os fabricantes que representamos, graças à Exclusive Networks, estão a bater todos os números trimestre após trimestre.