Facebook inaugura laboratório francês com foco em inteligência artificial

A rede social divulgou a instalação de um novo local de investigação em Paris (França), com uma equipa especializada em computação cognitiva que procurará desenvolver, de forma permanente, aplicações relacionadas com inteligência artificial.

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Uma equipa de seis pessoas já foi recrutada para o início dos trabalhos e outros seis profissionais deverão ser chamados até o final deste ano. “Dentro de poucos anos planeamos ser mais de 30 pessoas apenas no centro de Paris, entre doutorandos e pós-doutorandos”, contou o diretor responsável pela unidade europeia de investigação do Facebook, Yann LeCun, em entrevista ao Wall Street Journal.

A equipa global comandada pelo especialista conta atualmente com 45 membros, divididos entre a sede do Facebook, em Menlo Park, Califórnia e também Nova Iorque, ambos nos EUA. Com a nova unidade, a equipa de investigadores deverá passar dos 50.

O conselho de administração do Facebook está a considerar, inclusivamente, mudar por alguns meses a base de LeCun para Paris, já que a empresa deseja acompanhar de perto o crescimento do grupo de pesquisa. O centro parisiense, já batizado de Facebook Artificial Intelligence Research (FAIR), constitui o terceiro pilar de Investigação e Desenvolvimento Futurista (Research and Development for the Future), como a própria empresa chama. As outras duas vertentes estudadas são Interfaces Naturais (Natural Interface) e a Conectividade Planetária (Worldwide Conectivity).

A área de interface é responsável por investigações sobre realidade virtual em torno do ativo de realidade virtual adquirido recentemente pela empresa, o Oculus VR. Um primeiro modelo deverá sair no primeiro trimestre de 2016 para “facilitar as interações sociais virtuais”, como explicou a empresa em comunicado de 2014. Já em conectividade, a rede social deseja ligar o maior número possível de pessoas à Internet por meio de satélites ou de aviões solares, daí o investimento na área.

O próprio Yann LeCun foi recrutado pelo Facebook, no final de 2013, para desenvolver técnicas de inteligência artificial, tendo ele sido um dos pioneiros da chamada de deep learning (ou “aprendizagem estatística profunda”).

O especialista de origem e formação francesa passou por laboratórios de outras companhias norte-americanas, como Microsoft e AT&T. Na operadora de telecomunicações comandou o Bell Labs, em Nova Jérsia (EUA), famoso centro de investigação utilizado por Alexander Graham Bell e que pertenceu à operadora, antes de passar para as mãos da francesa Alcatel-Lucent.

*Amauri Vargas é jornalista da B!T no Brasil