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Google põe travões nos robôs e procura comprador para divisão

A Google (agora Alphabet) comprou a Boston Dynamics em 2013, em conjunto com outras startups ligadas à robótica, numa estratégia liderada por Andy Rubin – o criador do Android que saiu da empresa no ano seguinte. A sua intenção era construir uma grande equipa de engenharia e fazer robôs para as massas; mas as coisas tomaram um rumo diferente. Segundo avança agora a Bloomberg, que cita duas pessoas ligadas ao processo, a gigante de Mountain View está à procura de compradores para a divisão Boston Dynamics, e já terá alguns compradores interessados.

Nesse lote encontram-se o Toyota Research Institute e a Amazon, que produz robôs para os seus centros logísticos e tem estado a investir forte em drones. O que é que levou a Google a tomar esta decisão? Agora debaixo do chapéu da holding Alphabet, a gigante quer ver resultados concretos em todas as suas empresas, e concluiu que a Boston Dynamics tão cedo não vai gerar produtos comercializáveis nem receitas nos próximos anos.

Houve ainda problemas de liderança e choques entre os engenheiros que vieram da Boston Dynamics e os outros engenheiros da Google. A divisão de robótica, com várias centenas de colaboradores, nunca trabalhou de forma homogénea. E foi por isso que dali não saiu qualquer produto capaz de ser posto no mercado, algo que estava previsto sob o projeto Replicant – que acabou por ser encerrado em dezembro passado.

Esta tensão chegou ao conhecimento público quando notas de reuniões e emails privados foram publicados num fórum interno da Google e um dos seus colaboradores deu a dica à Bloomberg.

Num dos emails, a diretora de comunicação dos laboratórios “secretos” Google X, Courtney Hohne, escreveu que “há excitação da imprensa de tecnologia, mas também começamos a ver publicações negativas sobre o quão aterrador é, pronto para roubar empregos aos humanos.” A responsável acrescentou que a empresa não queria espoletar um “ciclo mediático” sobre onde a Boston Dynamics se enquadrava dentro da Google. “Não vamos comentar este vídeo porque não há muito a acrescentar, e não queremos responder à maioria das questões que espoleta.”

O diretor de robótica da Google, Aaron Edsinger, também disse que trabalhar com a Boston Dynamics era como “enfrentar uma parede de tijolos.”

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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