Grupo chinês acusa Pequim de apoiar ataque a iCloud

O serviço de armazenamento iCloud da Apple na China foi alvo de uma ataque cibernético que, segundo consta, visava furtar os dados de acesso dos utilizadores. O grupo chinês de monitorização da web, Greatfire.org, avançou que o governo poderá estar por detrás da investida.

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De acordo com o blogue do Greatfire.org, os perpetradores cibernéticos, mediante a utilização de um ataque man-in-the-middle, ou MITM, conseguiram interpor o seu website entre os utilizadores e o servidor chinês do iCloud, o que lhes permitiu intercetar dados e potencialmente deitar a mão a passwords, iMessages, fotografias e contactos dos utilizadores da plataforma.

O grupo defensor da liberdade dos cidadãos digitais na China, que perscruta a Internet por atividades censórias por parte do governo, sugeriu o envolvimento de Pequim no ciberataque, acrescentando que o incidente assemelha-se a outros foram já infligidos sobre a Google, a Yahoo!, e o serviços de correio eletrónico Hotmail da Microsoft.

Face à acusação, o governo chinês reafirmou a sua oposição a tais atividades, e avançou que ele próprio fora já alvo de ataques cibernéticos.

A investida é comunicada pelo Greatfire.org algumas semanas após a Apple ter anunciado que começaria a armazenar os dados dos utilizadores chineses do iCloud nos servidores da China Telecom. O incidente coincidiu também com a chegada do iPhone 6 às lojas chinesas, na passada sexta-feira, depois de morosas negociações entre a Apple e a China, que via no smartphone uma ameaça à segurança nacional.

Interpelado pela agência Reuters, Mikko Hypponnen, diretor de pesquisa da F-Secure, avançou que as informações avançadas pelo Greatfire.org parecem assentar em fundamentos sólidos.

Apesar das incontáveis acusações feitas por Washington ao governo chinês, relativamente ao apoio dado a hackers para a realização de ciberespionagem em empresas norte-americanas, a República Popular da China nega terminantemente qualquer envolvimento nestas práticas.