Infecção por USB é desafio crítico de segurança

Uma nova categoria de ameaça digital pode colocar em xeque a estratégia de segurança das empresas. A vulnerabilidade BadUSB, detectada em julho, pode usar qualquer dispositivo USB como porta de entrada para invasões.

O BadUSB é insidioso e versátil. Teclados, mouses, pen drives, leitores de cartões, dispositivos de rede, comandos para jogos e quaisquer outros equipamentos que possam ser ligados via USB podem tornar-se veículo de infecção, praticamente invisível e de difícil detecção mesmo depois de ativo.

Esta vulnerabilidade existe pois os minúsculos chips controladores de ligação USB, embutidos em todos os dispositivos, podem ser facilmente reprogramados com código malicioso.

O código-fonte da ameaça foi divulgado na internet e pode iniciar uma onda de infecção por malware sem precedentes. O mais grave é que ainda não existe solução eficaz contra esta vulnerabilidade.

Com esta ferramenta maliciosa, hackers e crackers pode aceder a teclados e mouses, dando total controlo dos computadores ao invasor.

Segundo os investigadores que descobriram a fragilidade e divulgaram o código, a intenção da publicação foi exercer pressão nos fabricantes para solucionarem o problema. Desde julho, não houve qualquer movimentação na indústria para eliminar esta falha primária de segurança.

A única forma de eliminar o problema é inserir uma nova camada de segurança diretamente no firmware dos dispositivos USB, o que obrigaria uma atualização completa do padrão de ligação. Mas este é o tipo de mudança que não se faz do dia para a noite: é preciso muito dinheiro e talvez mesmo anos de desenvolvimento.

Por enquanto, o melhor a fazer é isolar as redes banindo o uso de dispositivos USB. Apesar de radical, a medida evitará que a ameaça se alastre, tomando conta das redes corporativas.

A solução é maximizar o uso do armazenamento e partilha de dados na nuvem, forçando a sua utilização. Desativar as portas USB das máquinas e proibir o uso de qualquer dispositivo não rastreado desde a sua origem é drástico, mas imprescindível até que as empresas de segurança consigam desenvolver defesas consistentes.

Jocelyn Auricchio

Atua como jornalista especializado em tecnologia há mais de 20 anos, escrevendo para as maiores empresas de mídia do Brasil, como Editora Abril e Jornal O Estado de São Paulo. Além de foco em cobertura B2B e B2C, tem especial interesse nos bits e bytes do mundo hacker. Entusiasta por tecnologia desde que conseguiu formular as primeiras frases, está em busca de um mítico notebook para jogos com grande autonomia de bateria. Acredita em café bom, chocolate amargo e comida decente.

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