Inteligência artificial ajuda cegos a ‘verem’ fotos no Facebook

A ferramenta, Automatic Alternative text, foi desenvolvida pela equipa de acessibilidade da rede social, uma divisão criada há cinco anos para melhorar a experiência dos utilizadores com algum tipo de deficiência. É possível devido à tecnologia de reconhecimento de objetos do Facebook, que se baseia numa rede de inteligência artificial com milhares de milhões de parâmetros e processa as imagens carregadas na rede social e nas outras aplicações da empresa.

O funcionamento é simples: as pessoas que utilizam leitores de ecrãs nos aparelhos com iOS, e tenham o inglês como linguagem definida, passarão a ouvir uma lista dos itens contidos dentro de fotos publicadas no Facebook. Até aqui, o leitor de ecrã (VoiceOver) apenas referia o nome da pessoa que partilhou a foto no News Feed. A tecnologia será implementada de forma faseada durante as próximas semanas.

“Todos os dias as pessoas partilham mais de dois mil milhões de fotos no Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp”, indicam os responsáveis pela Automatic Alt text no blogue do Facebook. “Embora o conteúdo visual ofereça uma forma expressiva de comunicação online, a sua criação e consumi coloca desafios para as pessoas que são cegas ou sofram de graves problemas visuais”, referem os engenheiros de software Shaomei Wu e Hermes Pique Jeffrey Wieland, diretor da divisão de acessibilidade.

“Agora, podemos oferecer uma descrição mais rica do que está numa foto. Por exemplo: “a imagem contém três pessoas, a sorrir, na natureza.” Entre os cenários e objetos que o sistema consegue reconhecer e descrever estão meios de transporte, como carro e barco;  natureza, como montanhas ou neve; desporto, como ténis ou natação; comida, como gelado ou sobremesa, e ainda palavras que descrevem a aparência de alguém. E claro, também uma selfie.

A restrição ao inglês em iOS é apenas um limite inicial. “Planeamos adicionar a funcionalidade noutras línguas e plataformas em breve”, informa a equipa. “Enquanto esta tecnologia é incipiente, aproveitar as suas capacidades para descrever fotos é um passo importante na oferta dos mesmos benefícios que toda a gente tem à nossa comunidade de invisuais”, frisam os responsáveis.

O Facebook partilhou também um vídeo onde mostra como a ferramenta funciona e o testemunho de Matt King, engenheiro e especialista em acessibilidade na empresa de Mark Zuckerberg.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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