Irão acusa apps do Facebook de infringir privacidade

Um tribunal conservador da província sulista de Fars no Irão deu início a um processo judicial contra o Instagram e o WhatsApp, ambos os serviços sob a alçada do Facebook, relativamente a alegadas violações do direito à privacidade. O juiz ordenou ainda que o CEO da rede social Mark Zuckerberg deveria comparecer diante do tribunal para responder às acusações.

As revelações feitas hoje pela agência noticiosa iraniana ISNA relevam a tendencialmente crescente acrimónia entre o governo do presidente Hassan Rouhani, que intenta potenciar as liberdades digitais, e as exigências de entidades politicamente conservadoras para uma ainda mais significativa monitorização da Internet.

O juiz decretou que o jovem milionário tecnológico Zuckerberg era obrigado a atender à convocação judicial para justificar as acusações que contra as suas aplicações foram lançadas. Contudo, o magistrado deixou-se levar pelo entusiasmo, pois não se recordou, ou intencionalmente ignorou, o facto de não existir qualquer género de acordo de extradição entre o Irão e os Estados Unidos, o que arremessa para a dimensão da improbabilidade a comparência do diretor executivo da maior rede social do mundo.

A Internet, no entanto, é amplamente utilizada no Irão, o que pode ser facilmente explicado pelo facto de serem muitos os jovens iranianos que utilizam a Grande Rede para tentar contornar a proibição de importação que foi levantada aos produtos ocidentais, para não dizer que o Teerão, a capital do país, ocasionalmente bloqueia o acesso a sites populares.

Em resposta às medidas de censura da Internet reclamadas por fações conservadoras, Rouhani asseverou que a Grande Rede é o motor do desenvolvimento e deve ser vista como uma mais-valia para o país e não como uma ameça à estrutura e progresso.

Uma fonte do governo próxima do assunto disse que serão aliviadas as medidas censoras do mundo digital, através da implementação de programas de “filtração inteligente”, mediante as quais o governo iraniano apenas bloquearia websites que, a seu ver, sejam imorais.

O Facebook e o Twitter foram banidos do Irão em 2009.

Filipe Pimentel

Formado em Ciências da Comunicação, tem especial interesse pelas áreas das Letras, do Cinema, das Relações Internacionais e da Cibersegurança. É incondicionalmente apaixonado por Fantasia e Ficção Científica e adora perder-se em mistérios policiais.

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