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Messenger bots, a próxima fronteira do Facebook

Os planos de Mark Zuckerberg para o Messenger nos próximos anos foram detalhados durante a conferência anual F8, em abril, e incluem a possibilidade de programadores desenharem os seus ‘bots’ de conversação para interagirem com os utilizadores de plataforma de mensagens.

Mas não se trata da mesma coisa que o M, o assistente de que Zuckerberg falou no ano passado e que é mais uma espécie de “mordomo digital”. Perguntámos ao Facebook quais eram as diferenças, e a resposta de fonte oficial foi esta: “estamos a introduzir novas oportunidades para que organizações e programadores construam experiências interessantes na Plataforma Messenger. Esta presença pode ser alimentada por bots, juntando uma variedade de capacidades que as empresas podem usar para oferecer a melhor experiência de interação às pessoas.”

É a posição oficial do Facebook, claro, para quem o Messenger se tornou central, com quase mil milhões de utilizadores. No entanto, há uma questão mais premente: do ponto de vista do utilizador, como é que será gerida esta multitude de bots? A CNN vai-se pôr a falar connosco a meio de uma reunião?

“Estamos a abrir a plataforma Messenger de forma cuidadosa“, explica a mesma fonte. “Para começar, todos os programadores terão acesso à nossa documentação. Podem submeter um ‘bot’ através do nosso processo de revisão, e uma vez aprovado, conseguir chegar às pessoas no Messenger.” Este processo de seleção será rigoroso, explica a mesma fonte.

No entanto, é preciso ter em vista uma série de salvaguardas para os utilizadores. “As empresas só poderão conectar-se às pessoas depois de estas terem iniciado a ligação“, revela. Ou seja, os utilizadores poderão controlar com que bots conversam, e poderão bloquear uma empresa ou determinadas mensagens.

“As pessoas terão controlo sobre as interações que têm com as empresas no Messenger através de uma suite de controlos inline.” Por exemplo, silenciar uma conversação, arquivar ou apagá-la. “Garantir que as pessoas têm controlo é a nossa principal prioridade”, diz a fonte oficial. “À medida que começamos a testar formas diferentes através das quais negócios e pessoas possam interagir, iremos assegurar que há opções como ‘Bloquear’ que deixam as pessoas decidirem como querem interagir.”

Esta transição do contacto pessoa-a-pessoa para uma forma mais automatizada de comunicação não é única no universo Facebook. A rede social tem estado a testar a funcionalidade de histórias “trending”, que aparecem do lado direito do News Feed. Até aqui, este ranking foi organizado por uma equipa de jornalistas (há uma peça no Gizmodo que fala de condições de trabalho terríveis para estes profissionais), mas a intenção é que seja cada vez mais uma seleção automatizada, gerada por um algoritmo que está a aprender a categorizar.

Ana Rita Guerra

Jornalista de economia e tecnologia há mais de dez anos, interessa-se pelas ideias disruptivas que estão a mudar a forma como se consome e se trabalha. Vive em Los Angeles e tem um gosto especial por startups, música, papas de aveia e kickboxing.

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