Nissan negoceia venda de baterias à Panasonic

A Nissan Motor está em negociações com a Panasonic para a venda da sua participação maioritária na Automotive Energy Supply Corporation, uma fabricante de baterias de lítio ion para carros elétricos.

Segundo fontes próximas do processo, a construtora automóvel também está a conversar com empresas chinesas potencialmente interessadas. A Nissan detém 51% da Automotive Energy Supply, uma joint-venture com a NEC Corp.

A intenção de vender esta participação foi inicialmente noticiada pelo diário japonês Nikkei, segundo o qual a Nissan quer vender porque será mais barato comprar as baterias para os seus carros elétricos que produzi-las. Na imagem, é possível ver o pack de baterias do Leaf, uma das maiores apostas da construtora em carros elétricos, que chegou ao mercado há cerca de seis anos.

Carlos Ghosn, que lidera a Nissan e a Renault, tomou a decisão de investir forte nos carros elétricos muito antes do resto da concorrência. Em 2009, as duas empresas decidiram investir 4 mil milhões de euros na construção do Leaf e outros modelos, calculando a necessidade de meio milhão de baterias por ano. O problema é que o mercado está a demorar mais que o previsto a aderir a estes carros (meio milhão terá sido o total vendido por todas as marcas no ano passado), e como tal, tem sido difícil baixar o custo de produção das baterias porque este é um negócio de escala.

Aliás, a Tesla Motors acabou de apresentar um agravamento dos prejuízos no segundo trimestre precisamente porque está a investir mais na produção de baterias. A marca de Elon Musk usa baterias da Panasonic.

Num email enviado à agência noticiosa, a Nissan limitou-se a considerar que quaisquer notícias desta operação são “especulação” e não se baseiam em anúncios oficiais. Nem a Panasonic nem a NEC quiseram comentar as negociações.

Neste momento, a Nissan está também a tentar vender os 41% que detém no fornecedor de peças Calsonic Kansei Corp. Em maio deste ano, a empresa adquiriu 34% da Mitsubishi Motors Corp por 2,2 mil mihões, numa tentativa de melhorar a sua posição competitiva em relação às gigantes Toyota e Volkswagen.