Operadoras podem poupar até 39 mil milhões com virtualização

Um estudo da Arthur D. Little e da Bell Labs aponta que a virtualização das redes ajuda os fornecedores europeus a competirem com maior vigor num mercado onde os players tradicionais estão a perder terreno para serviços emergentes que se apoiam na computação cloud.

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Uma das conclusões apresentadas pela investigação das consultoras Arthur D. Little e Bell Labs (da Alcatel-Lucent) mostra que o crescendo da virtualização das redes está a abrir as portas a novos concorrentes nos mercados das telecomunicações e do fornecimento de serviços, eclipsando, por vezes, as operadoras tradicionais. Contudo, estas últimas podem muscular as suas capacidades competitivas, analisando e procurando capitalizar esta nova concorrência. Em nota de imprensa, as consultoras dizem que os fornecedores de serviços têm de desenvolver funcionalidades na rede que lhes permitam conceber novos produtos e serviços para conquistarem novos segmentos de negócio, “como por exemplo”, explicam as consultoras, “o negócio de segurança nas TI que vale 18 mil milhões de euros ou o de serviços de cloud avaliado em 17 mil milhões de euros e ainda o mercado emergente de negócios retalhistas não baseados em acessos”.

“Os operadores devem trabalhar ainda mais de perto com os fabricantes, fornecedores e governos para assegurar que as novas redes permitem conetividade à medida e são interoperáveis com as múltiplas redes e os novos tipos de computação”, aponta a investigação, numa altura em que as telecomunicações estão a caminhar para uma nova esfera de programação.

A Bell Labs e a Arthur D. Little afirmam que as operadoras deveriam formar alianças entre si, para que, assim, se criem sinergias no âmbito da partilha de serviços e capacidades, formando uma rede global que poderá fazer frente aos novos fornecedores de serviços de ampla escala.

A virtualização das redes e a adoção de SDN (software-defined networks), por parte das operadoras, “pode valer 14 mil milhões de euros por ano só no domínio da rede em si”, revela o estudo. Ainda, uns adicionais 25 mil milhões podem ser poupados anualmente em custos operacionais que não estão diretamente relacionados com a rede, mediante processos mais automatizados e simples.

Jesús Portal, da Arthur D. Little, declara que “é chegado o momento dos operadores Europeus trazerem as suas redes para a era cloud”.

Por sua vez, a managing partner da Bell Labs Consulting, Cassidy Shield, afirma que a migração das operadoras para a cloud não é uma questão de “se”, mas sim de “quando e como”. “As respostas e estratégias podem ser muito diferentes baseadas na estrutura tecnológica e modelo de negócio de cada operador mas não há dúvida que as necessidades de planeamento devem começar já a ser feitas”, acrescenta.