Pequim e Washington: uma aliança em ruína?

O governo chinês, depois de os Estados Unidos terem acusado cinco dos seus oficiais militares de ciberespionagem de várias empresas norte-americanas, convocaram o embaixador americano na China para expressar a sua  indignação e assegurar que não ficará de braços cruzados perante tais argumentos acusatórios.

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Max Baucus, embaixador norte-americano na China desde março, reuniu-se ontem com o assistente do ministro dos Negócios Estrangeiros Zheng Zeguang, pouco depois dos oficiais militares chineses terem sido acusados de se infiltrarem em empresas dos Estados Unidos dos setores solar, metalúrgico e nuclear para, alegadamente, furtarem segredos comerciais.

Zheng avançou que as acusações seriamente danificaram as relações entre Washington e Pequim.

A aliança entre as duas superpotências económicas tem vindo a deteriorar-se, fruto de mútuas acusações de espionagem cibernética.

O assistente do ministro do Negócios Estrangeiros declarou ainda que a atitude dos Estados Unidos face à segurança da Grande Rede é “exagerada e hipócrita”, muito provavelmente referindo-se às revelações que apontavam para que o governo de Obama estaria a monitorizar comunicações de cidadãos e empresas chinesas.

Assistimos então ao progressivo desvanecer de uma aliança, outrora extremamente forte, entre as duas nações?

Uma aliança vertebrada meramente por interesses económicos e onde a confiança escasseia é aquela cujos dias estão contados, visto que a ganância e a ambição desmedida tendem a falar mais alto.