Performance, visibilidade e controlo. A sua rede consegue acompanhar os tempos?

O futuro das TIC é alimentado por uma cultura em rápido desenvolvimento que se foca no utilizador profissional. Neste momento, as empresas estão a incorporar colaboradores que já não estão satisfeitos com uma mera presença à secretária. Esperam conseguir trabalhar em qualquer parte usando um abrangente conjunto de ferramentas móveis, e com um acesso constante e de alta velocidade às suas aplicações e aos seus dados, independentemente do local onde estejam.

* Por Nelson Costa, Solutions Architect – Network Infrastructure Business Unit da Dimension Data Portugal

Ao mesmo tempo, os clientes exigem um acesso de alta velocidade aos serviços que a sua empresa disponibiliza. Preferem usar a plataforma online recorrendo a serviços eficientes e amigos do utilizador usando qualquer equipamento, evitando assim as lojas e os vendedores tradicionais, ou os contact centres. Se o futuro das TIC já chegou, será que a sua rede se manteve actualizada no que respeita ao suporte das alterações necessárias para possibilitar o seu negócio?

Chegou a hora de repensar a sua abordagem à gestão e optimização da performance da rede e das aplicações. Não vai precisar de comprar todas as ferramentas para o fazer sozinho. Há formas inovadoras de consumir estes serviços, que podem facultar um valor tremendo ao seu negócio caso queira reduzir custos mantendo excelentes níveis de satisfação dos seus colaboradores e clientes.

Responder a perguntas difíceis

As organizações deverão questionar-se e colocar algumas perguntas para identificar a crescente necessidade de melhorar a gestão e optimização da performance da rede e das aplicações. Quantas vezes ouve queixas dos seus colaboradores sobre a velocidade ou a estabilidade da rede – estejam os colaboradores a trabalhar no local ou remotamente. E os seus clientes apresentam queixas semelhantes sobre a velocidade de acesso? Se as respostas revelam que há um problema, possui uma visibilidade clara da infraestrutura para identificar os problemas de performance e como os resolver?

As implicações de não assumir uma posição para melhorar o desempenho são sérios. Em último caso, a questão mais importante que deve ser colocada diz respeito ao tempo que demorará até que os melhores colaboradores da empresa e os clientes mais fiéis se mudarão para a concorrência se a performance da sua rede não for consistente, ou se se deteriorar à medida que sobe o grau de exigência. A sua rede é a plataforma para todos os sistemas e funcionalidades de TIC – não se pode dar ao luxo de expandir estes serviços sem reforçar os alicerces da rede.

End-to-end é o único caminho

A visibilidade end-to-end da sua rede, os seus volumes de tráfego e a velocidade são elementos críticos. A visibilidade é o primeiro passo para resolver qualquer problema.

Ainda assim, muitas organizações continuam a seguir uma abordagem muito fragmentada na forma como lidam com a visibilidade e com o desempenho da rede. Tendem a implementar ferramentas de gestão e optimização de performance em áreas isoladas da sua infraestrutura global. Este facto dá origem a uma experiência de utilizador inconstante para colaboradores e clientes em todo o mundo.

Uma visão end-to-end da rede significa que tem a capacidade de seguir um único pacote de dados enviado a partir de qualquer local usando um equipamento terminal, através de todos os links na cadeia de TIC, até ao local onde a aplicação reside. A aplicação poderá estar alojada num servidor privado ou na cloud. A visibilidade end-to-end permite que o utilizador “mergulhe” nos detalhes para determinar o tempo que o pacote levou a chegar a cada uma das “paragens” pelo caminho: do dispositivo para o switch, para o router, para as redes locais e internacionais, para o servidor de aplicações e para a base de dados… e de volta.

Todos esses links na cadeia podem variar dramaticamente. De facto, considerando a direção do desenvolvimento tecnológico, há alterações significativas a ocorrerem em cada um desses links. Alcançar um bom desempenho de rede é hoje mais complicado do que nunca, particularmente numa rede extensa que se pode expandir para vários milhares de filiais e atravessar várias fronteiras internacionais. Acrescente-se a isto o impacto na rede de tendências como a consolidação, a virtualização, a mobilidade, a cloud e as comunicações unificadas. É assim intensificada a necessidade de gestão e visibilidade automatizadas nas transacções do seu negócio para assegurar uma satisfação contínua de todos os utilizadores das suas plataformas de negócio.

Abordagem tripartida

Existem três importantes factores envolvidos numa abordagem end-to-end à performance de rede:

  • Uma solução de optimização WAN
  • Application delivery management
  • Performance management

Todos podem ser aplicados a qualquer aplicação, a qualquer área da rede ou a qualquer sistema, de forma a providenciar uma experiência de utilização melhorada. Há alguma procura no mercado por tecnologia – tanto software como hardware – em cada uma destas áreas, mas estas ferramentas tornaram-se sofisticadas, dispendiosas e complicadas de gerir. É por isso que as organizações poderão considerar não comprarem a tecnologia e assumirem um modelo de consumo “as-a-service” capaz de reduzir o custo total e os riscos da propriedade.

Benefícios a longo prazo

Quer seja aplicada no perímetro da empresa ou consumida como um serviço, o derradeiro objectivo da optimização da performance é melhorar a experiência do utilizador. Por exemplo, um contabilista numa empresa de grandes dimensões pode beneficiar de boas velocidades de acesso à rede usando um laptop para aceder ao SAP a partir do escritório.

Se estiver em Singapura e tiver que trabalhar na lounge do hotel, a experiência de utilização deverá ser, em condições perfeitas, a mesma. É precisamente isso que a tecnologia deve colocar à disposição dos utilizadores. Não pode controlar a rede a que se ligam quando trabalham remotamente, mas as tecnologias de optimização de performance e de gestão aplicacional pode pelo menos facultar a melhor experiência possível. Os benefícios vão para lá do utilizador: se a aplicação SAP estiver optimizada para cada transação, poderá reduzir o ciclo financeiro de fecho do mês, poupando à organização tempo e dinheiro.

As grandes multinacionais podem beneficiar deste cenário uma vez que têm redes com muitas filiais internacionais às quais precisam de estar ligadas. Mas o desempenho da rede é tão importante para estas grandes empresas como é para pequenas organizações com 10 colaboradores móveis. Obviamente que as empresas mais pequenas poderão não ter os meios para investirem tanto em ferramentas de optimização como as grandes companhias, mas é igualmente importante para elas processarem tarefas com a máxima eficiência possível. Um modelo de utilização por consumo poderá ser mais apropriado neste caso, já que a organização não necessita fazer um grande investimento de capital e pode consumir a optimização num modelo de serviço “pay-as-you-go”.

Enfrentar um mundo baseado na cloud

Esta estratégia em direção a modelos baseados no consumo transversalmente às áreas de TIC continua sem ser contestado. Só por si, isso faz com que seja necessário optimizar as redes. Um bom exemplo é uma empresa que tenha adotado um sistema financeiro unificado e baseado na cloud para todas as suas filiais no mundo. Essa organização precisa de se assegurar que todos os seus colaboradores e clientes que acedem à solução cloud têm a mesma experiência de utilização. Uma melhor optimização de rede faz com que seja possível colocar as aplicações mission-critical na nuvem, já que vai para lá da infraestrutura LAN e WAN da empresa e se aplica a redes externas. A optimização de desempenho para as redes pode ser gerida pela organização em si, ou recorrendo a um parceiro na área de serviços que pode determinar o ciclo de vida de cada transacção e identificar onde pode ser melhorada para manter os níveis de satisfação do utilizador final.

As organizações deverão procurar os parceiros de optimização de performance que tenham ferramentas estandardizadas e tangíveis que possam aplicar a qualquer rede, independentemente do ambiente. Pode adquirir a otimização como um serviço, mas certifique-se de que o parceiro responsável pelo serviço consegue oferecer todo o hardware necessário e licenças de software, assim como os elementos do serviço em si.

Não deverá ser necessário ter alguma destas tecnologias in-house, mas apenas pagar um fee mensal para ver a sua rede otimizada. O seu parceiro deverá ainda conseguir facultar relatórios regulares e uma visibilidade total da sua infraestrutura. E mais importante, deverá oferecer flexibilidade na forma como o serviço é disponibilizado – seja no perímetro, como um serviço puro ou como um modelo híbrido. Este cenário permitir-lhe-á fazer corresponder o modelo de consumo aos requisitos e ambiente da sua organização. Apenas uma abordagem end-to-end à otimização de performance de rede poderá ajudar a sua empresa a enfrentar com confiança o futuro das TIC no seu negócio.