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Portugal é o 16º em economia digital pela Comissão Europeia

Um estudo realizado pela Comissão Europeia coloca Portugal em 16º lugar numa lista que avalia diferentes parâmetros no campo da economia digital. Os resultados demonstram ainda que o país registou valores positivos no setor público mas que o preço da banda larga é mais elevado comparativamente com outros países.

O desempenho digital dos 28 Estados-membros da União Europeia foi posto à prova e Portugal parece ter passado com nota positiva. Pelo menos em alguns dos testes. No panorama geral, o país ficou em 16º lugar com uma pontuação de 0,46, sendo que o valor máximo possível seria de um.

No mesmo índice, o primeiro lugar coube à Dinamarca que alcançou 0,68 pontos, valor bem acima da média europeia apresentada como sendo de 0,47. De acordo com estes valores, Portugal surge apenas ligeiramente abaixo da média sendo, no entanto, apontado como um dos países no quadro de classificação média ao lado de países como o Reino Unido, Espanha ou França.

Na última posição, aparece a Roménia com um desempenho que lhe valeu apenas 0,31 pontos. Alguns dos critérios avaliados passam pelo nível de conectividade, a capacidade de utilização da Internet e a integração das novas tecnologias e de sistemas digitais no setor público.

Voltando a Portugal, um dos pontos positivos assinalados prende-se com a expansão da banda larga e da cobertura da mesma. De acordo com este estudo da Comissão Europeia, o país está equipado com as infraestruturas necessárias para que a banda larga chegue a todas as pessoas, em todas as casas, sendo que 84 por delas tem os meios necessários para ter acesso a uma velocidade rápida de internet, situação que coloca Portugal acima da média europeia neste campo.

No entanto, apesar das condições de banda larga serem consideradas de qualidade, o número de portugueses a utilizar esta tecnologia ainda é baixo, tanto a nível móvel como fixo. O estudo realça que 53 por cento dos lares portugueses faz uso de um serviço de banda larga fixa, número considerado insuficiente. Na área da banda larga móvel, o valor baixa ainda mais, chegando aos 38 por cento. Este cenário transformou Portugal no país com o segundo pior desempenho em questões de utilização de banda larga, a nível europeu.

A Comissão Europeia aponta ainda uma justificação para este resultado, colocando nos preços elevados a responsabilidade pela fraca adesão dos portugueses. De acordo com o estudo, Portugal é o terceiro país com os preços mais elevados de banda larga, ainda que os preços analisados tenham em conta apenas as opções individuais, deixando de parte os pacotes disponíveis na oferta das operadoras.

No campo dos negócios, Portugal obteve 0,37 pontos relativamente à integração do digital nas empresas ficando, por isso, em 12º lugar, posição acima da média europeia. Apesar de se encontrar acima da média comparativamente aos restantes 27 países, este resultado demonstra como Portugal ainda está longe de uma transição total para a tecnologia digital e como as empresas ainda não concretizaram essa evolução nos seus negócios.

Um dos setores onde Portugal obteve melhor pontuação foi o dos serviços públicos, tendo ficado em sétimo lugar com uma pontuação de 0,55. A Comissão Europeia destaca a qualidade do desevolvimento destes serviços no meio digital e acrescenta que o país poderá progredir com a implementação das receitas eletrónicas ao fomentar, deste modo, a utilização da Internet pelos cidadãos.

Para além da questão da subscrição de serviços de banda larga por parte dos portugueses, resta ainda um problema realçado pelo estudo. Cerca de 30 por cento da população nunca utilizou a Internet e quase metade não possui o que os padrões europeus consideram ser as capacidades digitais básicas.

Resolver este problema deverá passar por iniciativas de sensabilização da população para que a percentagem atual de portugueses que utilizam regularmente a Internet ultrapasse os 61 por cento. Este resultado faz com que Portugal seja o quinto pior país no que diz respeito ao acesso frequente.

Relativamente àqueles que, de facto, utilizam pelo menos uma vez por semana a Internet, o estudo indica que as atividades mais recorrentes incluem a leitura de notícias por 74 por cento dos utilizadores e atividades lúdicas como a audição de música ou visualização de filmes chegam aos 49 por cento. O estudo revela ainda que 72 por cento dos utilizadores tiram partido da Internet para navegar nas redes sociais.

Filipa Almeida

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