Mercado de servidores aumenta unidades mas encolhe em receitas

O mercado global de servidores registou uma tendência mista no primeiro trimestre do ano: por um lado, aumentou em 1,7% o número de unidades vendidas. Mas por outro, reduziu as receitas em 2,3%.

O novo relatório da Gartner indica que o mercado de servidores totalizou 11,7 mil milhões de euros de receitas, contra os 12 mil milhões do período homólogo de 2015. Ao mesmo tempo, foram vendidos mais 46,4 mil servidores.

“Embora as receitas tenham diminuído, o primeiro trimestre de 2016 continuou a assistir a uma tendência de crescimento na baixa gama a um nível global, com vários resultados por região”, explica o vice presidente de pesquisa da Gartner Jeffrey Hewitt. “A queda nas receitas, à luz de um aumento nas unidades, demonstra que os servidores que foram vendidos neste período tinham preços médios de venda mais baixos que os do mesmo período no ano passado”, conclui.

No entanto, se não fosse a região Ásia-Pacífico a queda teria sido generalizada, já que todas as outras regiões recuaram. Hewitt indica que o catalisador do crescimento é o segmento de centros de dados hiperescaláveis. “Os segmentos enterprise e PME permaneceram relativamente estagnados, visto que os utilizadores finais acomodaram os requisitos aplicacionais crescentes com recurso à virtualização e alternativas na nuvem.”

Na região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), as vendas de servidores caíram 1,3%, para 547 milhões de unidades. As receitas recuaram mais, 2,4% para 2,8 mil milhões de euros. 

Em termos de vendedores, a Hewlett Packard Enterprise (HPE) mantém-se na liderança (em termos de receitas), com 25,2% de quota de mercado. Foi a única fabricante no top cinco que registou crescimento neste trimestre, 3,3%.

Em segundo lugar está a Dell, que recuou 1,4% mas assegura uma quota de 17,3%. A IBM aparece em terceiro, mas com o maior tombo: -32,7%, o que levou a quota de mercado a derrapar de 14,1% para 9,7%.

Na quarta posição está a Lenovo, que recuou 10,2% e tem agora 6,7% do mercado, e a fechar o top cinco a Cisco, com 6,5% de quota e uma quebra de 4,5%.

“Este será mais um ano complicado para as marcas focadas na região da EMEA”, avisa o analista Adrian O’Connell. “Os receios relativos ao ambiente de negócio, combinados com as pressões de consolidação da virtualização e entrega na nuvem levaram ao início do ano mais fraco em termos de volume desde a recessão em 2009.” 

Por outro lado, o mercado na EMEA continua a sofrer com os baixos níveis de procura, exacerbados com o abrandamento forte na Rússia e outros mercados emergentes.