Startups apoiadas pela ESA chegam ao UPTEC

São duas as startups que serão incubadas durante dois ano no UPTEC, onde funciona a incubadora da Agência Espacial Europeia (ESA) para a região norte de Portugal. A InanoE e Eye2Map vão receber 50 mil euros durante o período de incubação.

Esta incubadora de empresas da Agência Espacial Europeia (ESA) no Norte dedica-se à promoção de startups que apliquem tecnologia espacial a várias indústrias alternativas, como energia, transporte, saúde e segurança. A estrutura é gerida por um consórcio liderado pelo Instituto Pedro Nunes e no qual participam o UPTEC – Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto e a Agência DNA Cascais.

No caso da InanoE, a inovação é uma tecnologia de microgeradores capaz de converter energia mecânica e térmica em energia elétrica. Foi desenvolvida por investigadores da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, que estão a explorar novos processos e materiais. A startup está a desenvolver micro e nanogeradores leves e flexíveis que permitem aos utilizadores aproveitarem o calor e movimento do seu próprio corpo para alimentar a bateria de telemóveis e pequenos aparelhos, como tablets ou leitores de música portáteis. Este cenário, o da produção de energia com o corpo, tem sido abordado ao longo da última década mas sem soluções práticas, algo que a InanoE prentede mudar. Com novos materiais, será possível reduzir o custo desta tecnologia originalmente desenvolvida para aplicação no espaço.

Em 2014, a InanoE foi finalista do concurso de ideias da Universidade do Porto (iUP25k) e representou a instituição no concurso IDEUP do SPIN 2014, no México.

A outra startup que chega ao UPTEC é a Eye2Map, também oriunda da FCUP. Está a trabalhar numa das áreas mais quentes do momento, utilizando drones para navegação e georreferenciação precisa de dados. Os sensores instalados nestes veículos aéreos não tripulados, que estão equipados com recetores GNSS, transmitem informações que podem ser usadas para o apoio à agricultura e floresta.

As vantagens são várias: reduzir custos e aumentar a produtividade, fazer a monitorização costeira para acompanhamento da erosão, e identificar zonas de risco para a proteção civil local. A tecnologia desenvolvida pela Eye2Map também pode ser utilizada para a digitalização e modelação 3D de património histórico e arquitetónico.

Há dois anos, esta startup recebeu o Prémio Regional de Portugal da European Satellite Navigation Competition (ESNC), uma competição internacional de ideias de negócio na área da navegação por satélite.